Os vampiros estão à solta novamente

Dez anos depois de “Vamp”, Antônio Calmon volta a escrever uma novela sobre vampiros. Mas as semelhanças entre “Vamp” e “O Beijo do Vampiro”, que estréia amanhã, ressalva o autor, limitam-se ao enfoque cômico. Os vampiros da próxima novela das sete são do tipo “politicamente correto”.

Para não amedrontar o público, eles usam protetor solar, bebem sangue engarrafado na Escócia e não mordem crianças, idosos ou gestantes. Dessa forma, o autor planeja abocanhar o pescoço do maior número possível de telespectadores. “?Vamp? fez sucesso entre os jovens e tornou-se ?cult? pela mídia. Infelizmente, não atingiu o público mais fiel das telenovelas: as donas de casa”, lamenta Calmon.

Por conta disso, “O Beijo do Vampiro” pretende conciliar tramas sobrenaturais com outras, mais realistas. O fio condutor da novela é a história de Lívia, interpretada por Flávia Alessandra. A personagem entra em desespero quando o marido morre e ela descobre que o sujeito perdeu uma fortuna em negócios escusos. Viúva e com três filhos, ela se vê obrigada a lutar pela sobrevivência da família. “A Lívia é uma mulher valente, destemida. Costumo dizer que ela é uma mistura da Malu Mulher com a Mulher Maravilha”, compara a atriz.

Paralelamente às dificuldades financeiras, Lívia descobre que está envolvida na eterna luta do Bem contra o Mal. Na verdade, Lívia é a “reencarnação” da princesa Cecília, a eterna paixão do vampiro Bóris, interpretado por Tarcísio Meira. Os dois se conheceram na Europa do Século XII, quando Bóris disputou o amor da princesa com o Conde Rogério, personagem de Thiago Lacerda. Nas duas vezes em que enfrentou seu arquiinimigo, Rogério levou a pior. “Só perdi o duelo porque lutei com o Tarcísio Meira”, consola-se Thiago.

Olhos vermelhos

Tarcísio Meira, aliás, é um dos mais animados com a nova novela. Com olhar demoníaco e dentes afiados, Bóris vive perseguindo a heroína da história ao longo dos séculos. A composição do personagem promete assustar quem se habituou a vê-lo como o eterno galã da Globo. “As coisas que esse Bóris faz são incríveis. Ele possui poderes impressionantes, como fazer as pessoas sumirem ou voar de um lugar para o outro”, enumera, garboso.

Mas Bóris não está sozinho. Ele veio ao mundo acompanhado por uma horda de vampiros, como a fogosa Mina, vivida por Cláudia Raia, ou o sedutor Victor, interpretado por Gabriel Braga Nunes.

Os dois atores vão usar próteses desenvolvidas pelo dentista Marcelo Fonseca, fundador da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.

Maramores

O velho embate entre vampiros e mortais vai acontecer na paradisíaca Maramores. A cidade cenográfica de “O Beijo do Vampiro” foi construída num terreno de 6 m2, que inclui delegacia, prefeitura e, é claro, um cemitério. Segundo os cenógrafos José Cláudio e Eliane Heringer, a arquitetura de Maramores foi inspirada em Praga, na República Tcheca, para dar a impressão de lugar colonizado por imigrantes do Leste Europeu, mais precisamente da Romênia, terra natal do Conde Drácula.

Mais do que de emboscadas de vampiros na calada da noite, Marcos Paulo sente calafrios só de pensar no horário de verão, período em que, normalmente, há uma queda no número de televisores ligados no horário.

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