Novidades no jornalismo deram certo, mas o SBT quer mais

A contratação de Ana Paula Padrão, em maio, foi apenas o início da temporada de reformulações no departamento de jornalismo do SBT. Quem garante é o diretor de telejornalismo da emissora, Luiz Gonzaga Mineiro. Pouco mais de um mês depois da estréia do SBT Brasil, em 15 de agosto, Mineiro já anuncia novidades. A primeira, inclusive, diz respeito ao telejornal de Ana Paula. A partir do dia 19, ele passa a ir ao ar 30 minutos mais tarde, às 19h45. Nesse mesmo dia, o Jornal do SBT, ancorado por Hermano Henning, e o SBT Manhã, encabeçado por Joyce Ribeiro, estréiam novos formatos, cenários e vinhetas. E não é tudo. Até o final do ano, Mineiro pretende lançar um quarto telejornal, local, no início da tarde.

"Desde que cheguei ao SBT, o Silvio nunca me cobrou audiência. Ele está muito satisfeito com o segundo lugar. O que ele me cobra são produtos que qualifiquem ainda mais a audiência do SBT", avisa ele.

Das mudanças anunciadas por Mineiro, a mais controversa, sem dúvida, é a de horário do SBT Brasil. Ana Paula, porém, logo se apressa em dizer que a idéia partiu dela. Isso mesmo. Apesar de satisfeita com a média de 8 pontos de audiência, a jornalista andou constatando, através da medição minuto a minuto do Ibope, que, nos 15 primeiros minutos, o SBT Brasil chegava a perder até 8 % de seu público na faixa entre 4 e 17 anos. Curiosamente, o público-alvo do programa que antecede o telejornal. "O público da novelinha Rebelde não é o mesmo do SBT Brasil. Por isso, a audiência sempre caía nessa faixa etária. A passagem de audiência de um programa para o outro tem de se dar de uma maneira mais sutil. Por isso, levei o problema para o Silvio", observa.

Para surpresa de Ana Paula, Silvio Santos se disse satisfeito com o desempenho do SBT Brasil: 8 pontos de audiência e 12% de "share". Dos telejornais exibidos entre 19 h e 21 h, foi o segundo de maior audiência em agosto – só perde para o Jornal Nacional, da Globo, que registrou 37 de audiência e 60% de "share". O Jornal da Band, de Carlos Nascimento, registrou 5 e 9% e o Jornal da Record, de Boris Casoy, 4 e 6%. "Banana compara-se com banana e não com laranja. Não é meu objetivo disputar audiência com outro produto que não seja telejornal", argumenta Ana Paula, descontente com comparações com as novelas A lua me disse, da Globo, e Essas mulheres, da Record. Diante da insistência da jornalista, Silvio Santos evocou a memória do falecido Walter Clark e propôs "ensanduichar" o SBT Brasil entre dois programas de mesmo público-alvo: o Family Feud e o Roda a Roda, apresentados por ele. "O SBT Brasil superou as expectativas mais otimistas da empresa. Não só no que diz respeito ao conteúdo jornalístico, mas também no que diz respeito à audiência e ao resultado comercial", reitera Guilherme Stoliar, superintendente comercial do SBT.

Mas as reformulações no jornalismo da emissora não vão ficar por aí. A partir do dia 19, o Jornal do SBT e o SBT Manhã também sofrerão mudanças. De formato, de cenário e de vinhetas. Coincidência ou não, desde que Mineiro chegou na emissora e promoveu alguns ajustes no Jornal do SBT, o telejornal se tornou mais competitivo. Por diversas vezes, ganhou até do Programa do Jô, da Globo, por 9 a 7 no Ibope. 

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