No SBT, Adriane Galisteu mantém seu estilo e seu público fiel

Adriane Galisteu mudou de emissora, mas continua a mesma. Com a estréia de Charme, que passa a comandar diariamente nas tardes de segunda a sexta-feira no SBT, Adriane mantém a mesma velha fórmula dos programas de auditório que apresentou em outras emissoras, como o Superpop, na Rede TV!, e o É Show, na Record. Com direção do veterano Nilton Travesso, o novo programa concilia pequenos “games”, musicais, entrevistas e reportagens. E é com isso que ela vem conseguindo vencer a concorrência.

A única tentativa de novidade fica por conta da comédia de situação Nino e Nina, estrelada pela própria apresentadora e pelo ator Eduardo Martini.

O quadro Nuno e Nina apresenta os dois como os personagens-título e ainda conta com a participação de atores convidados. Com pequenos esquetes sobre o relacionamento entre o casal, a comédia de situações vai ser exibida apenas às segundas-feiras e vai ter duração média de 10 minutos. Na estréia do “sitcom”, a dupla ainda contou com a participação especial de Natália Rodrigues e Sérgio Abreu, ex-integrantes do elenco de Malhação, da Globo.

Mesmo não sendo um primor de teledramaturgia, Adriane demonstra que tem mais talento do que alguns “canastrões” encontrados na televisão brasileira, como é o caso do convidado de estréia do programa, o “encrenqueiro” de plantão e dublê de ator Paulo Vilhena. Mesmo com “historinhas” sem muita graça e abusando um pouco de trejeitos e caretas, a apresentadora mostrou desenvoltura na hora de interpretar.

Feijão com arroz

Mas, se por um lado o programa mostrou uma Adriane capaz fazer o velho e corriqueiro “feijão com arroz” sem comprometer o andamento das “atrações”, por outro ficou meio fora de propósito o “game” Adivinhe se Puder. Isso porque, a cada bloco, os telespectadores deveriam acertar, por exemplo, quantos grãos de feijão tinha dentro de uma garrafa “pet”. Mais manjado e sem graça, impossível.

As entrevistas, por sua vez, também não chegam a ser tão “bombásticas” e reveladoras como são, erroneamente, anunciadas. Um exemplo foi o insosso bate-papo com Paulo Vilhena, que, monossilábico, respondia com o habitual ar de enfado às perguntas da apresentadora. Além disso, as entrevistas transcorrem apressadamente, como se o programa não tivesse mais tempo e precisasse “correr” para não estourar o bloco. Nada, porém, que não possa ser resolvido com o tempo.

Já os quadros musicais não vão além do velho formato dos corriqueiros “playbacks” e contam, é claro, com cantores de forte apelo popular como convidados. Além das músicas apresentadas, esses cantores também são recebidos por Adriane para uma pequena entrevista. Só que, mais uma vez, o tempo é muito curto, sendo possível apenas umas três ou quatro perguntinhas para, em seguida, apresentar um novo número musical.

O cenário não trouxe nenhuma novidade. Pelo contrário: lembra o que é utilizado por Hebe Camargo, companheira de emissora da apresentadora. Abusa dos tons claros, são bem simples e sem detalhes. Nele, apenas dois telões ao fundo que exibem a logomarca do programa. Além disso, o cenário é adornado com uma pequena mesa e uma cadeira, que servem apenas como meros objetos cênicos, já que Adriane passa quase o tempo todo de pé. A única exceção acontece na hora das entrevistas, quando a produção ornamenta o estúdio com a colocação de duas poltronas.

Agradando

Apesar de todos os antigos elementos utilizados em um programa de auditório, parece que Charme agradou ao público de Adriane Galisteu: foi ele que fez com que a apresentadora alcançasse média de nove pontos e picos de audiência de 12 pontos. Para efeito de comparação, o Cor de Rosa, que ocupava o mesmo horário, mantinha uma média de cinco pontos.

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