Nando Reis ao vivo em tributo a Harrison

Um dos maiores hitmakers de sua geração, Nando Reis é também um exemplo raro na geração 80 de carreira solo bem sucedida para músico egresso de uma banda de sucesso. O segredo talvez esteja em ter se mantido nos Titãs enquanto construía seu caminho próprio, não apenas através de discos, mas através de sucessos plantados aqui e ali com diversos artistas, especialmente Cássia Eller. Ele rompeu com a banda quando isto se fez inevitável, mas não abriu mão do formato, montando os Infernais, com quem gravou os dois últimos discos, A letra A e Infernal, este último uma espécie de esquentamento para o MTV ao vivo que ele está lançando agora e já é voz corrente nas rádios com Mantra, parceria dele com Arnaldo Antunes e a participação de 12 músicos e vocalistas hare krishnas.

A história desta música remete à juventude de Nando Reis e a My sweet Lord, uma canção de seu beatle favorito, George Harrison.

“Eu ouvi muito o primeiro disco solo dele, All Things Must Pass, daí decidi citar intencionalmente a minha admiração pelo George e ficou linda, maravilhosa. Isso apesar de ser um cara cético, de não ter nenhuma relação espiritual com tudo isso”, diz Nando.

Nando diz que seu MTV ao vivo ficou bem além das expectativas de quem nunca gostou de disco ao vivo. “Eu achava que não poderia expressar tão bem a quantidade de climas de um disco de estúdio. Acabei me convencendo porque os nossos shows estavam tão bons e havia o deadline do João Viana que eu queria registrar aquilo. E fiquei muito satisfeito porque expressa uma fidelidade sem filtros do que há de melhor na nossa performance”, diz.

Ele não nega outras citações de Beatles, como Here comes the sun em A letra A, e duas dos Stones, Honky Tonky Women na inédita Quase que 18 e Jumping Jack Flash na enfezada jam instrumental em Marvin. Nando espera que este disco tenha uma vida útil de 18 meses, se os deuses conspirarem a favor, com as músicas tocando nas rádios e uma boa demanda de shows.

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