MON abre três novas exposições

Lado a lado, no primeiro piso, três novas exposições – de artes diferentes – estão abertas ao público, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. Uma delas traz os desenhos de Cildo Meireles. A outra (com uma ?extensão? externa) é a intervenção das ?esculturas? do cearense Eduardo Frota. A terceira são peças de Ex-votos (cuja autoria é diversa). Todas foram abertas nesta última semana e permanecem até o dia 8 de junho.

A começar pela Cildo Meireles (1963-2008), há muito para ser apreciado. Esta exposição individual do artista carioca teve curadoria do crítico Frederico Morais. Segundo ele, desde os 15 anos, idade em que começou a desenhar, Cildo Meireles produziu entre três ou quatro mil desenhos – ?em diversas situações e contextos, dentro e fora do país?. São desenhos ?tradicionais?, outros tridimensionais, mas predominantemente, como afirma Meireles, ?são expressionistas, figurativos e sem um estilo definido?.

Para a exposição no MON, como conta Morais, essa produção foi levantada (parte estava com o artista e outra parte estava dispersa). Localizados, entre 800 e mil desenhos foram fotografados e, desses, aproximadamente 200 foram selecionados para estarem expostos em Curitiba. As fotos das obras, assim como a antologia da produção do artista é o que está disponível para o público. ?A exposição tem dois propósitos que se misturam e se confundem. Primeiro é discutir sobre o conceito de desenho hoje e o outro é o significado disso na obra de Cildo?, afirma o curador.

Intervenção

O trabalho do artista cearense Eduardo Frota está em Intervenção em trânsito II – carretéis. Como apresenta o próprio criador, trata-se de uma experiência de fusão entre espaço, peça, arquitetura e, principalmente pessoas. ?O meu trabalho só acontece com gente. Você tem que, além de ver, passar pelos carretéis (gigantes ou não, espalhados ou posicionados pela sala) e experimentar com o corpo. A exposição é de vazados, eco, cheiro?, explica.

Frota ainda comenta que, diferente de esculturas tradicionais, as dele – tanto os grandes cones dispostos no lado de fora do museu, quanto os carretéis que estão no interior (trazidos de Vitória) – são feitas de junção, adensamento. ?É o processo inverso de criação que provoca uma multiplicidade de sentidos?, conclui.

História

Em Ex-votos: Memória e Devoção estão 300 peças – parte da coleção de Márcia de Moura Castro e parte do acervo do Museu de Arte de Pernambuco. Como divulga o próprio MON, ?popularmente conhecido como arte votiva, o ex-voto quer dizer voto de uma promessa ou de milagre recebido?. Portanto, o que está nessa exposição são expressões de fé e devoção a vários santos, nos mais diversos materiais e ?artes?.

Sobrinha da colecionadora Márcia de Moura Castro, pesquisadora e artista plástica, Helen Márcia Potter Pessoa afirma que a exposição é uma oportunidade ?do público ter contato com o passado?. Ela considera que além de materialização da fé, os ex-votos são registros históricos de uma época única.

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