Uma viagem cultural através da dança. Utilizando a dança contemporânea como instrumento de criação, a dançarina e coreógrafa Letícia Sekito se relaciona pela primeira vez com o universo cultural japonês, abordando a interação artística entre o corpo e a cultura, no solo ?Disseram que eu era japonesa?.
O espetáculo é o destaque do mês do Sesc Santana no programa de dança, com apresentação única no dia 23/02 (sexta-feira) às 21 horas, no Teatro da unidade. O projeto é uma realização do Sesc, com apoio da Fundação Japão em São Paulo.
Estereótipos culturais
Descendente de japoneses, a dançarina refletiu durante todo o processo de criação de ?Disseram que eu era japonesa? sobre o que é considerado ?tipicamente japonês?, e os estereótipos relacionados ao ?ser ou não japonês?, investigando também as questões complexas ligadas à construção de uma possível identidade cultural brasileira.
O solo discute ricos elementos da tradição e contemporaneidade; da memória, herança e identidade cultural; e da imagem desejada, estereotipada ou projetada, tudo isso mediado pelo corpo em constante construção na dança. "O corpo se desenvolve também com informações culturais, além de genéticas. Minha proposta é pesquisar e dilatar alguns rastros da cultura japonesa na dança", explica Letícia.
Letícia Sekito
Coreógrafa e dançarina, Letícia Seiko trabalha com improvisação, criação coreográfica e performance. Formada pelo C.E.M. – Centro em Movimento de Lisboa, ganhou a Bolsa Rede Stagium 97, o Prêmio Estímulo à Dança 2003, o Rumos Itaú Cultural Dança 2006/2007 e recebe apoio cultural da Fundação Japão desde 2004. Em 2006, apresentou a performance "Instantâneo", na VERBO/Galeria Vermelho e a série de performances "Corpo e Plástico", ambas com textura sonora de Jorge Peña. Integra o Nada Dança/Estúdio Nova Dança e coordenada a jam session do Estúdio Move, São Paulo. Pesquisa os princípios do Aiki na dança, com o sensei Ivan Okuyama.
Parcerias e apresentações
O espetáculo ?Disseram que eu era japonesa? é dedicado à avó de Letícia, Setsuko Yokoyama Sekito. Colaboram no projeto a vídeo-artista e VJ Kika Nicolela e o iluminador André Boll.
A obra estreou na programação do Dança em Pauta 2004, com curadoria de Ana Francisca Ponzio, no Centro Cultural Banco do Brasil, e apoio da Fundação Japão em São Paulo. O solo também entrou em cena no Panorama SESI de Dança 2005 e no Sesc Santo André e Sesc Ribeirão Preto, em 2006.
Em 2007, alcançando novos públicos, o espetáculo de Letícia circula pelo interior do Estado de São Paulo, com apoio do Programa de Ação Cultural (PAC) da Secretaria de Estado da Cultura e apoio cultural da Fundação Japão. Nessa itinerância, também será realizado o workshop ?RASTROS MUTANTES NO CORPO?, com o objetivo de observar, reconhecer e desenvolver as relações entre as informações da cultura japonesa e o corpo dançante.
Durante o ateliê, os participantes refletem sobre a cultura japonesa, buscando os possíveis registros, marcas e rastros culturais que são incorporados e recriados artisticamente no corpo. O workshop também pratica o diálogo direto entre linguagens, propondo experimentações e desenvolvendo um trabalho corporal direcionado para o KI (energia vital), na ?respiração das solas dos pés?.
A programação itinerante inclui as cidades de Votorantim (Teatro Municipal – 17 de março), São José dos Campos (Teatro Municipal – 24 de março) e Campinas (Espaço Cultural CPFL – 24 de abril). Também estão programadas apresentações em Araraquara, São José do Rio Preto e Santos. Confira a programação completa no site www.fjsp.org.br.
Serviço:
Disseram que eu era japonesa
Data: 23 de fevereiro de 2007 (sexta-feira)
Horário: 21h00 às 22h00
Duração: 60 minutos
Local: SESC Santana – TEATRO
Avenida Luiz Dumont Vilares, 579
Lotação máxima: 349 lugares
Entrada: R$ 10, R$ 8 (usuário matriculado), R$ 5 (maiores de 60 anos e estudantes com carteirinha) e R$ 4 (trabalhador no comércio e serviços matriculados e dependentes)
Acesso para portadores de necessidades especiais
Informações: (11) 6971-8700