Vender mais de um milhão e meio de cópias num só disco não é para muitos e, hoje em dia, um feito como esses é praticamente raridade. Mas Kiko, Leandro e Bruno, ou simplesmente KLB, não só conquistaram esse feito como somam, em seus 20 anos de carreira, números de dar inveja a muito artista atual. O trio, que foi um fenômeno da música nacional no começo dos anos 2000, até pararam de fazer shows, mas o que parece é que o coração dos fãs se manteve igual ao passado: cheio de amor.

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No último sábado (2), os irmãos se apresentaram em Curitiba depois de algum tempo já sem uma reunião dessas no palco e num show que eles próprios sabiam que não seria como os outros. No ano passado, os irmãos já estavam em solo paranaense para um show na capital quando soube da morte do pai dos irmãos, Franco Scornavacca. “O show teve que ser cancelado, mas nós acreditamos que esse show aconteceu no dia em que deveria de fato acontecer”, desabafou Kiko logo no começo da apresentação, no palco do Teatro Positivo.

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Numa apresentação cheia de emoção, os irmãos fizeram um show que foi uma verdadeira homenagem não só à história do trio, mas também ao legado que deixou o pai, que também era produtor musical e o empresário do KLB. “Foi mágico, assim como tudo que meu pai plantou durante a vida dele artisticamente falando. Ele construiu sonhos, carreiras, mitos da música popular brasileira. A gente teve a oportunidade dupla: primeiro de sermos filhos dele, depois de sermos artistas criados por ele”, disse Kiko, após o show, à Tribuna do Paraná.

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Mais introspectivo durante toda a apresentação, Leandro não escondeu que, embora o sorriso no rosto em vários momentos do show, a emoção foi grande. “Saber onde ele está e como está acalma o coração e nos dá força para seguir a carreira. Ele deixou um legado, viveu uma vida gloriosa e vai estar vivo para sempre. É responsável por centenas de milhares de famílias que comem até hoje, tirou gente do meio do mato e transformou em grandes ícones da música, tinha a magia dele, e passou isso através do DNA para nós três”, comentou o cantor.

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Apresentação no palco do Teatro Positivo foi uma verdadeira homenagem ao pai do trio, Franco Scornavacca. Foto: Lucas Sarzi.

Máquina do tempo

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Ver KLB no palco para muitos foi como se ativasse uma máquina do tempo que levasse os fãs ao período em que a música brasileira era outra. Para os irmãos, esse retorno, por mais pontual que seja reflete não só para os fãs, mas para eles também, a necessidade que sentem de manter a história do trio viva. “A gente percebe que podemos parar o tempo que for, que ainda assim sentiremos o carinho e a resposta. Eu acho que isso não tem preço e que mostra que há um buraco no pop nacional”, avaliou Bruno.

Assim como outros nomes que fizeram sucesso no país, como as meninas do Rouge (que voltaram por um tempo, mataram a saudade dos fãs e já pararam de novo), KLB não tem grandes pretensões de fazer muito mais do que já fizeram. A ideia, como deixaram claro os músicos, é fazer o que realmente se sentirem bem e, se houver convite, lá estarão se sentirem vontade. Apesar disso, os próprios cantores dizem sentir falta de algo na música brasileira.

“A gente vive uma fase muito homogênea da música, tá tudo muito igual, eu como produtor percebo isso. Tem muita coisa ruim acontecendo e fazendo sucesso. E não trato nem pelo gosto das pessoas e sim pela qualidade”, disse Kiko, deixando claro que, embora não haja muitos planos para o trio, KLB pode sim fazer novas apresentações. “Nós resolvemos parar, eventualmente fazemos alguma coisa ou outra, mas por prazer. O que eu torço é para que, de fato, as pessoas que têm talento apareçam nesse mercado que está empobrecido”.

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Encontro dos irmãos no Teatro Positivo foi marcado por muita emoção e foi considerado “mágico” pelo trio. Foto: Lucas Sarzi.

E Sandy & Junior?

Além de estarem felizes por um show cheio de carinho do público, KLB também estavam comemorando a notícia de retorno da dupla pop mais aclamada do país. “Que bom que Sandy & Junior vão voltar. Que mais coisas boas como eles retornem. Que muita gente boa retorne, que muita gente boa apareça e que haja uma peneira, afinal o Brasil sempre foi referência em muitos lugares e precisamos recuperar isso, a gente não pode aceitar uma realidade como a que está estampada aí, escancarada”, desabafou Kiko.

Segundo o cantor, que aprendeu muito com o pai, que também era produtor musical, Sandy & Junior vão acontecer da mesma forma que KLB sentiram: o tempo não vai ter passado ao pisarem no palco. “Gosto deles como pessoas, como profissionais e assim como falo do KLB, também será para eles: podemos parar quanto tempo for, mas juntos, somos a unidade. Torço muito pelos dois e pela volta da melhor música possível”, disse Kiko. “Até porque artista bom, dupla boa, trio bom, banda boa, nunca morre”, completou Bruno. Veja a entrevista completa:

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