Karina Bacchi conquista espaço e mantém os pés no chão

Faltavam poucos dias para o final de Agora É que São Elas quando Karina Bacchi começou a se preparar psicologicamente. Ela imaginava que iria ficar sabe-se lá quanto tempo longe do vídeo. Depois de um início pouco promissor na tevê – em novelas de pequena repercussão, como Vidas Cruzadas, da Record, e Pícara Sonhadora, do SBT -, a moça não tinha idéia de como havia sido sua estréia na Globo. “Será que agradei?”, indagava-se. Como geralmente acontece com os atores que não têm contratos longos, a atriz ficou à mercê dos convites. E para a alegria de Karina, um telefonema da diretora Denise Saraceni acabou com os questionamentos. Os testes seriam para Da Cor do Pecado, nova novela das sete. “Felizmente, não deu tempo nem para ficar nervosa…”, sorri ela, aliviada.

A princípio, Karina tinha sido escalada para fazer a surfista Moa na trama de João Emanuel Carneiro. Aplicada, a moça não perdeu tempo e logo tratou de fazer aulas de surfe. Quando já conseguia ficar de pé na prancha, soube que a personagem seria de Alinne Moraes. “Se tiver de aprender a voar para fazer novela, não tem problema, eu aprendo…”, brinca ela, resoluta. Em vez da surfista Moa, Karina faria agora a lutadora Tina. Por isso mesmo, passou a freqüentar as aulas do Mestre Dani Hu, onde aprendeu uns golpes básicos de kung fu e caratê, e a visitar academias de luta, só para observar o jeito de ser das “marias-tatames”… “Muitas delas nem vão à academia. Só estão interessadas mesmo em saber quem são os primeiros do ?ranking? para assediá-los”, relata.

Pés no chão

Aos 22 anos, a ex-modelo Karina Bacchi lembra que sofreu muito preconceito no início da carreira de atriz. Quando estreou em Vidas Cruzadas, por exemplo, teve de conviver com os olhares de esguelha de outros membros do elenco. “A beleza abre portas, mas, para você se manter no vídeo, precisa de talento. Por isso, quero estar crescendo sempre”, planeja. Nessa escalada profissional, Karina tem sido freqüentemente assediada também pela revista masculina “Playboy”. A cada novo trabalho, o nome da atriz figura sempre entre os mais pedidos pelos leitores da publicação. “Por ego, não faria. Por dinheiro, também não. É um tipo de trabalho que não vai me acrescentar muito. No momento, tenho outros planos”, desconversa, encabulada.

Entre os “planos” da atriz, estão a construção de quadras poliesportivas e até de uma padaria comunitária na Favela Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo. É que Karina dedica boa parte de seu tempo livre a um trabalho voluntário na Associação Florescer, mantida por sua família na comunidade. Lá, a atriz ajuda a coordenar cursos e “workshops”, como aulas de música e reforço escolar, para mais de 1.500 crianças. E, segundo ela, é justamente este projeto que não deixa um eventual sucesso lhe subir à cabeça. “Ter os pés no chão é fundamental na minha profissão. Apesar de o artista viver em um mundo de ilusões, ele tem de saber que, fora dali, a realidade é outra, bem diferente…”, pondera.

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