Jazz para ler e ouvir

O relançamento de Jazz Panorama é de extrema importância por ser o primeiro livro escrito no Brasil na década de 50 sobre o assunto, e por Jorge Guinle, que tem vasto conhecimento teórico, acumulado durante toda uma vida, e presença constante em apresentações jazzísticas, conversas com músicos e com amantes do tema.

Numa edição da Editora José Olympio, as novidades do livro do ex-playboy, hoje com 86 anos, são a entrevista que ele concedeu ao crítico Luiz Orlando Carneiro e uma nova discografia que propicia ao leitor a possibilidade de adquirir os CDs com todas as músicas citadas, e o projeto gráfico composto por 54 imagens sobre o tema.

A linguagem musical do jazz é diferente, singular, por isso não permite um julgamento estético apressado. O livro nos mostra que o estilo deriva do folclore negro do Sul dos Estados Unidos, em particular do blues folclórico, de onde vem suas características fundamentais. Cristalizou-se em New Orleans, na época em que a cidade abrigava um dos maiores portos dos Estados Unidos, onde se misturavam povos de culturas variadas, permitindo maior tolerância de usos e costumes e também assimilação da cultura negra.

No livro há capítulos sobre críticos, discografia atualizada, panorama da evolução do jazz e bibliografia.

A Lumiar Editora, por sua vez, lança Música Brasileira para Contrabaixo Vol. 2, do contrabaixista, compositor e arranjador Adriano Giffoni. O livro apresenta um trabalho prático com sugestões de músicas do repertório nacional, como samba, bossa nova e chorinho, entre outros, e estilos musicais brasileiros acompanhados de suas acentuações características, diferenças de compasso e interpretação para o contrabaixo.

Para a prática do estudante, cada estilo traz dez exemplos de condução desse instrumento, em partituras e trilhas gravadas no CD que acompanha o livro. Além disso, estão escritas e gravadas dez músicas de Adriano Giffoni, com melodia, harmonia, baixo, teclado, sax, flauta e percussão. Música para Contrabaixo Vol. 2 traz também capítulos especiais sobre contrabaixo de seis cordas, baixo sem traste e o slap no samba, com exemplos criados dos elementos rítmicos da percussão brasileira.

E, com patrocínio da Unisys, a Maestro Produções Artísticas coloca nas páginas Joanna de Flandres: História de uma Ópera, integrante do projeto Memória da Ópera Brasileira. O trabalho, que resulta de quatro anos de pesquisas, leva a assinatura de Achille Picchi e Fábio Gomes de Oliveira. Nesses quatro anos, eles localizaram, atualizaram e recuperaram os manuscritos da ópera, a segunda escrita por Carlos Gomes.

A partitura geral da ópera, as partituras dos instrumentos da orquestra, além da partitura de uma redução da ópera para canto e piano estão sendo enviados para escolas e bibliotecas públicas ficando, gratuitamente, à disposição de estudantes, professores, músicos profissionais, bem como do público em geral.

“Mas o projeto não se encerra aqui. A Maestro Produções Artísticas & Culturais irá produzir e apresentar pela primeira vez em 140 anos a ópera Joanna de Flandres”, adianta o maestro Gomes de Oliveira.

“Terá direção de Miguel Falabella e será apresentada na íntegra (cenários, figurinos, coro, orquestra, etc.) e irá excursionar pelas principais cidades brasileiras”, projeta o maestro, observando que “estamos em fase de captação de mais patrocinadores para esta nova etapa”.

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