Itabira quer guardar os de Drummond

Itabira (AE) – Quase 20 anos depois da morte de Carlos Drummond de Andrade, autoridades e representantes da sociedade de Itabira (MG), sua cidade natal, decidiram deflagrar um movimento reivindicando a transferência para a ?cidade do ferro? dos restos mortais do poeta, morto em 1987, aos 84 anos, e enterrado no cemitério São João Batista, no Rio.

A intenção foi anunciada recentemente pelo prefeito João Izael Querino Coelho ao neto de Drummond, o artista plástico Pedro Augusto Graña. O prefeito garante que Graña se mostrou ?sensível? à idéia, condicionando que também sejam transladados para a cidade mineira os restos mortais da avó, Dolores, e de sua mãe, Maria Julieta, esposa e filha do poeta.

A intenção de João Izael é oficializar em uma cerimônia a proposta, lançando um abaixo-assinado e mobilizando a população local. Para receber os restos mortais, um mausoléu seria erguido no Pico do Amor, onde está instalado o Memorial Carlos Drummond de Andrade, projetado por Oscar Niemeyer.

?Além de mobilizar a população, coletando mais de 50 mil assinaturas, precisamos justificar para o povo carioca que existe um clamor da população itabirana?, observa o prefeito, que alimenta a esperança de que Niemeyer projete também o mausoléu. ?Drummond e ele eram amigos, quem sabe o arquiteto, apesar da idade avançada, possa atender a isso.?

Drummond nasceu em Itabira no dia 31 de outubro de 1902. O nono filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade passou a infância e o início da adolescência na cidade. Saiu para estudar em Belo Horizonte e depois em Nova Friburgo (RJ). Só retornava nas férias. Em 1926, recém-casado e após concluir o curso de farmácia – profissão que não exerceu -, voltou ao município para tentar a vida de fazendeiro.

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