Numa semana de moda de pouca excitação, coube a Isabela Capeto levantar os ânimos no primeiro desfile do último dia da São Paulo Fashion Week. Levou para a passarela vestidos, saias, calças e tops superfofos, trabalhados e românticos. A inspiração veio dos artistas africanos Seydou Keyta e Malick Sidibê – de Mali – cujas fotos retrataram a moda e o cotidiano nos anos 60s. Apesar disso, o desfile teve apenas três modelos negras.
Capeto continua seguindo sua estética dos bordados, apliques e de criações romanticamente artesanais. Na temporada passada – a de inverno – havia estreado numa semana de moda (a Fashion Rio). A coleção era bela, mas muito fechada, austera e com vestidos um pouco anacrônicos. Desta vez, sua coleção respira. São vestidos de seda com forro de algodão, batas africanas – e, por isso, é uma coleção colorida – malha e até jeans. Os vestidos têm barras com apliques de tiras de gorgorão ou são tomara-que-caia em tiras verticais.
As cinturas são marcadas e a modelagem levemente evasé. Saias de prega ou de cintura baixa são usadas com camisetas. As calças também têm cintura baixa e modelagem leve, e são combinadas com as jaquetas que se tornaram espécie de marca da Ibô.
Há muito amarelo, verde, vermelho e preto e grafismos criados através de círculos e mandalas. Alguns bordados lembram personagens africanos e o elefante aparece em camisetas ou no fecho de largos cintos. Miçangas e pequenos metais aplicados estão em quase todos os looks. Uma coleção para bonecas urbanas.