Em tempos em que se discute mais igualdade entre os sexos na arte e no entretenimento, o Grammy, maior premiação da indústria fonográfica, foi marcado pelo fato de Alessia Cara ser a única mulher a ganhar um prêmio individual durante a parte da cerimônia que é transmitida pela televisão.
O Grammy ocorreu na noite desse domingo, 28, e Alessia ganhou na categoria artista revelação. Lorde concorria pelo prêmio de melhor álbum, mas não venceu e foi a única indicada nessa categoria a não se apresentar ao vivo na premiação (Os outros, Jay-Z, Kendrick Lamar, Bruno Mars e Childish Gambino, tiveram performances ao vivo).
A premiação possui uma etapa que não é televisionada na qual algumas artistas ganharam. Entre elas estão Lisa Loeb, Reba McEntire, Aimee Mann e Carrie Fisher.
Do total de 84 prêmios, apenas 11 tiveram vencedoras mulheres. A falta de representatividade não é exclusividade desse ano. Um relatório feito pela Annenberg Inclusion Initiative da Universidade do Sul da Califórnia apontou que apenas 9% de todos os 899 indicados ao Grammy entre 2012 e 2017 foram mulheres.
Muitos internautas criticaram a pequena quantidade de prêmios recebida por mulheres. O presidente da Academia, Neil Portnow, disse à Variety que a mudança deve começar pelas mulheres.
“Deve começar com as mulheres, que têm a criatividade em seus corações e almas, que querem ser músicas, que querem ser engenheiras, produtoras e querem fazer parte do alto escalão da indústria”, disse.
“Eu acho que elas seriam bem-vindas. Eu não tenho experiência pessoal sobre os empecilhos que vocês enfrentam, mas acho que é uma combinação. Nós da indústria damos as boas-vindas, criando mentoras, criando oportunidades não só para mulheres mas para qualquer um que queira ser criativo e também criando uma nova geração de artistas que se sintam capazes de realizar qualquer coisa”, completou.