Indie e kitsch, tudo junto misturado no show de Alice Caymmi

De início, houve um estranhamento. Natural, talvez. Com Rainha dos Raios, Alice Caymmi debutou no palco do Rock In Rio com a despretensão de ser a primeira atração do Sunset neste domingo, 20. Diante de um público majoritariamente sentado, já que o sol se escondia atrás de bem-vindas nuvens, ela deu início à performance com Rainha dos Raios, canção que também abre seu disco.

Foi um baque. Vagarosa, Alice costura suas melodias por caminhos incomuns, esculacha padrões pop e experimenta. Se não foi ovacionada na primeira, a segunda, com o cover de Paint It Black, promoveu o encontro entre o público que veio assistir Rod Stewart e Elton John, grandes atrações da noite, e a cantora que está despontando como revelação do cenário nacional.

Alice se destacou exatamente por não ser convencional. De padrões estéticos a barreiras musicais. Apropria-se sem medo de canções que podem tanto ser dos Stones quanto de MC Marcinho (a ótima Princesa). Nesse balaio, ainda estão Sandra de Sá, Caetano Veloso e até Donna Summer e Led Zeppelin.

O palco Sunset nasceu da ideia de promover encontros inusitados entre artistas desconexos. Mistura é a palavra-chave. O maestro Eumir Deodato foi chamado ao palco para cumprir esse protocolo e colocar mais tempero nesse caldeirão que é a neta de Caymmi. É indie, é kitsch. Tudo junto, misturado

Voltar ao topo