Heavy metal atmosférico do Shaman chega ao PR

Misturar elementos elétricos com world music, toques sinfônicos e heavy metal. Essa miscelânea de estilos marca Ritual, álbum de estréia da banda Shaman. Formado por dissidentes do Angra, o Shaman quer com o disco propor uma nova vertente no cenário do rock, com o que chamam de mystic metal ou heavy metal atmosférico.

Ritual foi gravado, no início do ano, na Alemanha, e teve lançamento no Japão e Europa. Nas lojas do Brasil, o disco só chegou esta semana. A banda já apresentou o trabalho em Porto Alegre, Camboriú e Ponta Grossa. Hoje será a vez do público de Curitiba conferir o show, e segundo revelou em entrevista a O Estado, André Matos, líder da banda, será um espetáculo com cenário, efeitos visuais e, claro, muito som pesado.

A vontade de fazer um trabalho conceitual, trazendo elementos que poderiam ser considerados estranhos ao rock, era um desejo antigo do grupo, ainda dentro da formação anterior do Angra. Uma pequena mostra do que hoje está no Ritual foi iniciado em Holy Land, segundo disco do Angra. E essa liberdade para criar e ousar motivou, em partes, a dissolução da banda. André Matos afirma que nos últimos anos a influência do empresário Antônio Pirani causou desarmonia no grupo, que resultou na separação. Com Matos vieram o baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori, que, com o ingresso do guitarrista Hugo Mariutti, formaram há dois anos o Shaman. Apesar de dizer que não guarda ressentimentos, Matos confessa que gostaria de ter mantido o nome Angra, “mas ele pertence ao empresário, que também é dono da banda e de uma revista (Rock Brigade)”.

Novela

Brigas à parte, o líder do Shaman se diz realizado com o resultado do disco. A nova cara dada pela banda ao heavy metal é uma obrigação dos músicos. “O artista tem papel de educador. Não se pode usar sempre a mesma fórmula para vender discos para as mesmas pessoas. Temos que trazer novos elementos, e com isso, conquistar outros públicos”, avaliou Matos. Até mesmo a inclusão da música Fairy Tale na trilha sonora da novela O Beijo do Vampiro deve contribuir para isso. “Ninguém pediu para o Shaman compor para a novela. A nossa música foi escolhida por casar com as cenas. Isso demonstra um reconhecimento do nosso trabalho, e com certeza, irá abrir portas para difundir o rock”, avaliou Matos. A música, baseada em canto gregoriano e nas trovas medievais, descreve a fábula da idade média, e conta com elementos de flauta e arranjos de orquestras.

Primeiro dos três discos prometidos no contrato com a Universal Music, Ritual explora temas que deram origem ao próprio nome da banda, como o xamanismo, procurando abranger as mais diversas culturas e seus “rituais” como a maia, asteca e inca, entre muitas outras, que influenciaram não só as letras como a música do Shaman em si. Foram incluídos instrumentos como flauta de bambu, gaita de fole, percussões árabe, latina e africana, violino, tambores celtas e alaúde. André Matos conta que o trabalho também recebeu influências de bandas como Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath. O disco tem participações especiais de Marcus Viana (Sagrado Coração da Terra) nos violinos e Derek Sherinian (ex-Dream Theater) nos teclados, além de Sascha Paeth (Virgo) e Tobias Sammet (Edguy) nas guitarras e vocais.

Serviço: Hoje, às 21h, no Moinho São Roque ? Westphalen, 4.000, fone (41) 333-3964. Ingressos antecipados a R$ 15. Abertura com a banda de white metal Seven Angel.

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