HBC Trio se apresenta hoje em São Paulo

H de Scott Henderson. B de Jeff Berlin. C de Dennis Chambers. Superbanda do jazz, o HBC Trio reúne, em nome do jazz fusion, a maestria da guitarra de Henderson (que tocou com Chick Corea, Tribal Tech e Zawinul Syndicate), o baixista Jeff Berlin (que tocou com Bill Bruford, Alan Holdsworth, John McLaughlin) e o baterista Dennis Chambers (parceiro de, entre outros, Funkadelic e Santana).

Estavam a caminho do Brasil. Mas eis que, por um motivo de saúde, Chambers não pode viajar. E quem foram convidar? Para manter o B do nome do trio, convidaram um mito do jazz, o baterista Billy Cobham (que integrava a banda de Miles Davis na gravação do histórico Bitches Brew), de 70 anos. Eles tocam na noite desta quarta-feira, 13, no Bourbon Street Music Club, às 21h30 – sábado, 16, e domingo, 17, estarão no Rio das Ostras Jazz Festival, no balneário a 170 km do Rio.

Cobham em si é uma enciclopédia do jazz. Nascido no Panamá, criado em Nova York, ele acompanhou e gravou com músicos tão diferentes quanto Quincy Jones, Mahavishnu Orchestra, Miles Davis, Herbie Hancock. O lendário baterista, sempre obrigatório, falou ao jornal O Estado de S.Paulo por telefone, da Suíça.

“O Spectrum 40, em homenagem aos 40 anos de gravação daquele disco, está sendo preparado para ser lançado em janeiro de 2015, estamos no processo de engenharia”, conta.

Sobre se acredita que exista uma continuidade do jazz fusion do jeito como imaginado há 40 anos, ele diz que “sim, eu acho. Mas é claro que não é mais do mesmo jeito que era, a música esteve em movimento esses 40 anos e muita coisa mudou. As bases daquele trabalho tinham sido lançadas por Miles Davis e muitos ampliaram aquela linguagem a partir do que ele criou, como eu mesmo. Mas nada permanece o mesmo, e a interpretação das faixas fundamentais também mudou. A música em geral representa o mundo que a gente vive nesse momento, é uma expressão do agora”.

Naquela época, a absorção do rock e do funk pelo jazz era um desafio, havia resistência. Hoje em dia, é um ponto pacífico. “Sim, do mesmo jeito que a maioria das coisas hoje é de assimilação mais natural. Músicos e compositores, assim como os pintores, estão sempre procurando a mudança. Somos todos exploradores da vida. É como no jornalismo: você pode abordar as coisas sempre do mesmo jeito e pode ir para a frente, desenvolver a linguagem. Pode ser que considerem o que você faz como algo moderno. Mas o fato é que as novas ideias estão sempre circulando. Revolução é aquilo que fazemos. Se você faz perguntas, você procura pelas respostas”.

Questionado se está vindo para substituir Dennis Chambers, ele conta que “ele não está disponível para a turnê nesse momento, teve um problema pessoal, e daí eles me ligaram. Eu escolhi aceitar, para manter o projeto acontecendo. Eu e Scott nunca tocamos juntos antes, mas Jeff Berlin tocou diversas vezes comigo desde os anos 1970. Foi o que aconteceu e aqui estou eu”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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