| Foto: Arquivo |
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| Márquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. |
O amanhecer de hoje na cidade de Aracataca, no norte da Colômbia, será marcado por uma seqüência de tiros de canhão. A ?alvorada com pólvora?, como já ficou conhecido o ato, marca a comemoração dos 80 anos do mais ilustre habitante da cidade, o escritor Gabriel García Márquez. Na Espanha, começou ontem uma série de leituras ininterruptos de sua obra mais famosa, Cem Anos de Solidão, feitas por mais de 80 personalidades. Personalidades literárias de todo o mundo exaltam a importância da escrita do colombiano. Apenas o próprio aniversariante, hoje vivendo na Cidade do México, preferiu comemorar em família.
Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982, García Márquez (também conhecido por Gabo, Gabito, GGM ou o filho do telegrafista) é apontado como o responsável pela abertura de novos caminhos para a literatura hispano-americana. ?Não fosse por ele, milhares de leitores de todo o mundo teriam tocado em algum livro latino-americano e nem sequer saberiam que, em nosso continente, existe uma cultura?, comentou o escritor mexicano Sergio Pitol. Tal importância, aliás, será tema do próximo Congresso de Língua Espanhola, entre 26 e 29, em Cartagena das Índias.
O ano, aliás, será marcado por uma série de comemorações. Além dos 80 anos de Gabo e dos 25 pelo recebimento do Nobel, haverá ainda os festejos pelos 40 anos da primeira edição de Cem Anos de Solidão, obra fundamental na carreira do autor, que receberá um tratamento de gala – uma edição especial, com 756 páginas e tiragem inicial de 500 mil exemplares, deverá circular a partir de abril. Segundo os organizadores, o livro comemorativo foi revisado pelo próprio autor e terá análises escritas por nomes como o peruano Mario Vargas Llosa, com quem García Márquez andou rompido.