Frida Kahlo no palco do HSBC

Mesmo com uma trajetória pessoal marcada por acidentes e enfermidades, ela amou intensamente a vida. Assim foi Frida Kahlo, pintora mexicana que ficou famosa, não só pelas belas obras, mas pela mulher que persistiu em seguir suas vontades e convicções, avessas à sua época. No ano passado, no centenário de nascimento da artista, sua vida foi parar no palco na peça Frida, fragmentos de memória, que estará em cartaz nesta semana em Curitiba.

Frida é interpretada pela atriz Rosamaria Murtinho, que, junto com o diretor Caco Ciocler, foi até o México mergulhar um pouco mais na vida da sua personagem. Lá ela percorreu locais como a Casa Azul, onde Frida viveu e morreu; e o atelier de Diego Rivera, marido da pintora. ?Na casa dela tudo era guardado com muita simplicidade, mas com muito amor, amor que ela teve pela vida e pelo México?, conta. Da viagem também resultou um vídeo, produzido e dirigido por Caco, que é utilizado durante o espetáculo para levar ao público a verdadeira essência de Frida.

O espetáculo estreou no Rio de Janeiro, passou por Fortaleza, e depois de Curitiba segue para Niterói, Vitória e para o Festival de Teatro de Porto Alegre. Segundo Rosamaria em setembro o espetáculo será levado para Portugal, e assim que conseguirem fazer as traduções exigidas pelo teatro, a peça também será apresentado no México. ?Essa será a primeira peça sobre a vida da artista naquele país?, acrescenta a atriz.

Com 72 anos, Rosamaria Murtinho começou sua trajetória artística aos 18 anos, no palco, na peça Stúdio 53, de Paulo Francis. Na televisão estreou como protagonista na novela A moça que veio de longe, na TV Excelsior, em 1964; sendo que seu último papel foi Otília, na novela Sete pecados, da Rede Globo. Rosamaria lamenta que sua experiência artística não foi reconhecida pela produção do Festival de Curitiba, que não selecionou Frida, fragmentos de memória para a mostra.

?No meu entendimento isso só pode ser preconceito por eu ser mais velha e por fazer televisão?, disse. Para ela, o fato da peça ser um espetáculo mais profundo, que envolve arte, história e política, não atraiu os organizadores, que ?preferem homens de bobe no cabelo imitando mulheres. Quem perde com isso é o público curitibano?.

Serviço: A peça Frida, fragmentos de memória será apresentada neste sábado e domingo, às 20h30, no Teatro do HSBC. Os ingressos custam R$ 30 (clientes do banco têm 50% no desconto de até dois ingressos). Informações pelo (41) 3232-7177.

A arte como desafio à dor

Transgressora, desafiante, valente, ferida e feroz. Assim se pode descrever a artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954), o grande ícone da pintura ibero-americana, cuja arte ?mexicanista? rompeu todas as barreiras e hoje em dia, situa-se como uma das artistas libero-americanas melhor valorizadas no mundo. A vida de Frida Kahlo esteve marcada pela dor, pelas tragédias e pelo sofrimento. Daí, que a sua pintura convertesse-se no seu refúgio, na sua maneira de fazer-se sentir, numa biografia da sua vida: da sua luta, da sua dor, da sua terra e da sua época. Não é possível separar a vida da obra de Frida Kahlo, e assim o quis a artista, cujos numerosos auto-retratos, símbolos da sua obra, têm como principal objetivo o mostrar-se a si mesma, como vítima e testemunha do seu meio e do seu tempo. Frida ficou conhecida pelos auto-retratos.

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