Flávia Monteiro tem oportunidade de se desvincular de Chiquititas

Em quase 20 anos de carreira, Flávia Monteiro nunca tinha vivido uma mulher séria, sisuda e cheia de recalques. É justamente este o perfil de Olga, sua personagem na adaptação de Os Ricos Também Choram, que o SBT estréia no próximo dia 18. A novidade agradou em cheio a atriz, que temia não mais conseguir apagar da mente do público a imagem da doce e meiga Carolina, diretora do orfanato de Chiquititas, que ficou três anos no ar na emissora de Sílvio Santos. "A Olga é completamente diferente de tudo que já fiz. Não é possível que não consiga acabar com este vínculo com a Carolina", aposta Flávia.

A overdose do vídeo com a protagonista da novelinha infantil do SBT foi o que fez a atriz ficar tanto tempo longe da tevê. Desde que terminou o trabalho em Chiquititas, em 2000, Flávia só fez uma participação de poucos capítulos em Kubanacan, da Globo, na qual viveu a sensual enfermeira Alma. Durante o "recesso", a atriz se dedicou ao teatro, onde atuou em espetáculos como A Presença de Guedes, ao lado de Ângela Vieira, Othon Bastos e Cissa Guimarães.

Volta para a casa

Flávia garante que o retorno não poderia ser mais perfeito. "Volto para uma casa em que fui muito feliz", derrama-se a atriz. Antes de Chiquititas, ela já tinha atuado no SBT em Éramos Seis, de 1994, e Sangue do Meu Sangue, de 1995. Mas é a primeira vez que ela integra o elenco de um típico dramalhão pelo menos na versão original, já que a emissora e o autor Marcos Lazarini vêm prometendo uma adaptação bem independente.

 Sejam quais forem as modificações feitas por Lazarini no teor da trama, no entanto, a carga dramática da personagem de Flávia está garantida. Olga é a mais velha das filhas de Arabela, uma viúva rigorosa interpretada por Françoise Forton. Desde a morte do marido, ela mantém as três filhas – as outras duas interpretadas por Karla Tenório e Ana Fuser – trancadas em casa, em luto insuperável. A situação é pior justamente para Olga, porque uma tradição da família diz que a primeira filha mulher está destinada a cuidar da mãe até a sua morte. "Ela é bem sisuda, calada, vive para cuidar da mãe e das irmãs. É meio intermediadora na relação delas", define a atriz.

 Mas Olga não vai passar a novela inteira entre quatro paredes. E é exatamente na virada da personagem que Flávia mais aposta. Aos poucos, Olga começa a enfrentar a autoridade da mãe, servindo de exemplo para as irmãs mais novas. Durante a Revolução Constitucionalista, chega a se alistar como enfermeira voluntária e conhece Alberto, o mocinho da história, vivido por Márcio Kieling. O protagonista voltará da guerra como mendigo, sensibilizando Olga, que logo estará apaixonada por ele. "Com isso, vários outros sentimentos vão começar a desabrochar nela", explica Flávia, que integrará então um triângulo amoroso com Márcio e Taís Fersoza, intérprete da mocinha, Mariana.

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