Filme paranaense aclamado pelo júri popular

A trágica história do Barão do Serro Azul, retratada no filme O Preço da Paz, produzido pelo paranaense Maurício Appel com roteiro de Walter Negrão e direção de Paulo Morelli, comoveu profissionais do cinema e o público da 7.ª Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada domingo em Minas Gerais.

O longa-metragem estrelado por Herson Capri, Lima Duarte, Giulia Gam e Camila Pitanga foi considerado o melhor filme pelo júri popular, num festival que levou a Minas 119 produções nacionais. “É uma prova da qualidade do filme e da universalidade do tema”, traduziu Maurício Appel por telefone. “Aqui no Paraná nós sabemos que o barão morre no final, mas lá não, e todo mundo se emocionou muito com a história”. Ele ressaltou ainda que a produção paranaense, que custou 1,5 milhão de dólares, bateu concorrentes de peso, como De Passagem – o grande vencedor do Festival de Gramado do ano passado -, Benjamin e Os Narradores de Javé.

Danton Mello, outro dos atores de O Preço da Paz, disse estar feliz: “Este é o segundo prêmio que recebemos pela escolha do júri popular, em Gramado também fomos os melhores, segundo a escolha do público. Terminamos o ano bem e estamos o começando este melhor ainda”, comemorou.

O filme conta a história de Ildefonso Pereira Correia (Herson Capri), um homem de princípios que levou às últimas conseqüências suas convicções. No final do século XIX, durante a Revolução Federalista, o Barão do Serro Azul pagou aos revolucionários Maragatos para que não destruíssem Curitiba. Depois, foi considerado traidor e teve sua história proibida por mais de 40 anos.

Seus feitos não constam dos livros oficiais. Mesmo em Curitiba, pouquíssimas pessoas conhecem sua história. Para compor o roteiro com fidelidade, Negrão e Maurício Appel consultaram mais de cinco mil páginas de pesquisa, e contaram com uma ajuda inusitada: a consultoria do espírito do Dr. Leocádio Correa, cunhado e primo do Barão, que supervisionou o roteiro e deu preciosas dicas para Negrão.

A Mostra de Tiradentes tem um caráter não competitivo, mas tradicionalmente o público escolhe o melhor vídeo, curta-metragem e longa-metragem, através de júri popular. O melhor vídeo da Mostra foi The Same Old Choice, com direção de Francisca Caporalli, Joana Meniconi, Rafael Morado e Ricardo Portilho. O Troféu Barroco de melhor curta-metragem ficou com o curta Cega Seca, de Sofia Federico, apresentado na série Nordeste. A organização do evento já começa a pensar no próximo ano. A Mostra de Cinema Itinerante, que teve a sua primeira edição há dois anos em Belo Horizonte, pode ser novamente realizada em 2004.

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