Festlatino homenageia García Márquez e Orlando Senna

Em sua 6.ª edição, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo (Festlatino) consolida-se como ponto de encontro entre o público e um cinema que pouca oportunidade tem no mercado exibidor tradicional. Já se tornou rotina para o cinéfilo paulistano dirigir-se ao Memorial da América Latina, a sede do festival, para atualizar-se com a produção cinematográfica do continente. Este ano, o homenageado da mostra é um dos principais nomes das artes latino-americanas, o prêmio Nobel Gabriel García Márquez, cuja carreira é bastante ligada ao cinema.

Gabo, como é conhecido, não vem ao Brasil, mas entram na programação várias obras cinematográficas baseadas em seus livros, como “Erêndira”, dirigido por Ruy Guerra, “Ninguém Escreve ao Coronel”, de Arturo Ripstein, e “A Viúva de Montiel”, do chileno Miguel Littín. Há também o fundamental “Cartas do Parque”, de Tomás Gutiérrez Alea, o maior cineasta de Cuba. Conta uma história passada na ilha, dois amantes que se correspondem através de um escritor de cartas. O amor visto por um intermediário, um terceiro que acaba por interferir na situação.

Mas a maior atração será sem dúvida a apresentação de “A Lagosta Azul”, única incursão de García Márquez na direção. O filme, um média-metragem, passa na quinta-feira, dia 14, às 15 h no Memorial da América Latina. Trata-se de uma divertida história, narrada na chave estética do cinema mudo, que se passa num vilarejo de pescadores da Colômbia. A tal lagosta teria propriedades estranhas e por isso é disputada, mas termina nas mãos de um garoto que dela faz um uso original. Simples, o filme é testemunho da capacidade imaginativa de Gabo, um soberbo contador de histórias fantásticas.

O homenageado brasileiro é o cineasta Orlando Senna, que tem tudo a ver com Gabriel García Márquez. Além de ser amigo de Gabo, Orlando dirigiu a Escuela de Cine y TV de San Antonio de los Baños, em Cuba, da qual o escritor é um dos fundadores e patrono. Senna terá seu principal filme exibido, “Iracema, uma Transa Amazônica”, realizado em parceria com Jorge Bodanzky. Serão também mostrados filmes que o têm como roteirista, como “O Rei da Noite”, de Hector Babenco, e “Coronel Delmiro Gouvêa”, de Geraldo Sarno.

Homenagens à parte, um dos principais atrativos do festival é a seção contemporânea, com filmes latino-americanos que participaram de recentes festivais e mostras mas não chegam às telas brasileiras. É o caso, com destaque, do chileno “Post Mortem”, de Pablo Larrain, que passa hoje, às 17 horas, no Cine Sesc. Outro imperdível é o colombiano “Todos Seus Mortos”, de Carlos Moreno, que passa hoje, às 17 h, na Cinemateca Brasileira. Também o Brasil comparece no panorama contemporâneo. Entre essas atrações destacam-se o belo filme de Eryk Rocha (filho de Glauber), “Transeunte”, e “O Gerente”, de Paulo César Saraceni. Ao todo, são mais de 100 títulos. Os horários de programação podem ser conferidos pelo site do festival: www.festlatinosp.com.br/2011/. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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