Em busca da audiência

“Mulheres Apaixonadas” é a redenção da Globo. A próxima novela da oito estréia em 17 de fevereiro com o objetivo de tirar do calvário o horário mais nobre da programação global, há oito meses cambaleando com a problemática “Esperança”. Assinada por Manoel Carlos, um autor que não esconde que é pago para dar audiência, “Mulheres Apaixonadas” não deixa de ser previsível. Mas mesmo assim deve grudar o espectador no sofá, pois atrações pululam na história. A protagonista é mais uma Helena de Manoel Carlos, o pano de fundo será o bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro e, como o próprio título indica, a trama vai estar repleta de mulheres apaixonadas. Mesmo assim, mais vale ter noção do que vai aparecer no vídeo, do que surpresas desagradáveis. “A novela vai transitar pelo mesmo universo de minhas histórias. Escrevo para a classe média e o público espera por isso”, ressalta Manoel Carlos.

“Mulheres Apaixonadas” traz Christiane Torloni como a sexta Helena escrita pelo autor. Desta vez, a protagonista será uma mulher na faixa dos 40 anos, insatisfeita com o casamento. Logo nos primeiros capítulos, reencontra um antigo namorado, vivido por José Mayer, o que acaba desgastando ainda mais o relacionamento com o marido interpretado por Tony Ramos. A começar pelo gancho do trio central, “Mulheres Apaixonadas” é uma produção escrita para que as pessoas se reconheçam no vídeo com os dramas dos personagens. “O público quer alguém que o redima, como a Helena, e não que o encha de culpa”, observa Christiane.

Assim como nas novelas anteriores de Maneco, a trama de “Mulheres Apaixonadas” não vai deixar de explorar assuntos médicos, pois personagens, como os de José Mayer, Carolina Kasting e Camila Pitanga, irão trabalhar na clínica do Dr. Moretti, vivido por Serafim Gonzales. “É muito bom fazer um papel que não tem nada a ver comigo”, vibra José Mayer. Mas o autor também vai dar destaque para outros temas, como a música, já que Tony Ramos vive um saxofonista, e o universo escolar, pois a protagonista é uma professora de História. Já o “merchandising social” de “Mulheres Apaixonadas” vai ser referente aos problemas que envolvem a terceira idade. “O Maneco sempre trata de assuntos importantes e chegou a hora dos idosos serem mais respeitados no Brasil”, argumenta Suzana Vieira, que vai viver Lorena, diretora geral da Escola Ribeiro Alves.

A frente da ala jovem da novela aparecem os galãs Rodrigo Santoro e Marcelo Anthony, que farão respectivamente, o vilão e o mocinho. Enquanto o “bon vivant” Diogo de Santoro vai ser disputado por Paloma Duarte e Camila Pitanga, o arquiteto Sérgio vivido por Anthony precisa administrar a ciumeira da esposa, a irmã caçula de Helena interpretada por Giulia Gam. “O meu personagem não é um canalha, ele só gosta de mulher e tem problemas por causa disso”, defende Rodrigo Santoro. Já Marcelo Anthony garante que os homens também devem se identificar com os personagens de “Mulheres Apaixonadas”. “O Sérgio é daqueles que amam a esposa, mas não deixa de admirar as outras. Tem um monte deste tipo por aí”, acredita.

O relacionamento que pode causar polêmica em “Mulheres Apaixonadas”, no entanto, vai ser o vivido pelo triângulo formado por Helena Ranaldi, Pedro Furtado e Pitty Webo. As duas, uma na faixa dos 30 anos e a outra nos 20, vão se interessar pelo “frangote” Fred, um estudante interpretado pelo estreante Pedro Furtado. “O Maneco vai explorar diferentes tipos de paixão e com certeza atingir espectadoras de várias idades”, aposta Helena Ranaldi. Ainda no estilo “a vida como ela é”, Carolina Dieckmann vai viver um tipo corriqueiro nas grandes cidades: uma “babá de cães”. Já Lavínia Vlasak será uma rica promotora de festas, personalidade também manjada. Na verdade, com um elenco formado por 104 atores, não vai faltar personagem para o espectador se identificar. Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicações, vai mais longe. “O Maneco é esperto. Se apenas os parentes do elenco sintonizarem a novela, a audiência está parcialmente garantida”, contabiliza.

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