Elvis Presley, o Rei do Rock, completaria 70 anos hoje

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Elvis continua gerando milhões
para seus herdeiros.

Antes de Elvis, não havia nada, disse John Lennon. "Elvis Presley foi "maior força cultural do século 20", sentenciou Leonard Bernstein. "50 milhões de fãs de Elvis não podem estar errados", proclamava a capa de um de seus discos. Desafortunadamente, ele morreu aos 42 anos, em 16 de agosto de 1977. Hoje, comemoraríamos seu aniversário de 70 anos. Fãs de todo o mundo vão celebrar a data com várias festas. O planetário de Memphis terá espetáculo de raios laser em sua homenagem. Ao lado da tumba de Graceland, sua suntuosa residência em Memphis, que recebe cerca de 600 mil visitantes/ano, admiradores meditarão à luz de velas.

Aniversários como o dos 25 anos de sua morte e esta agora são ocasiões que impulsionam o culto ao mito – eleito diversas vezes pela revista Forbes como a personalidade morta cujo legado mais rende. Cerca de US$ 40 milhões em cada um dos últimos três anos entraram para o cofre de sua herdeira, Lisa Marie. Seus discos venderam mais de Cem milhões de cópias e um remix de A Little Less Conversation fez sucesso mundial e levou-o de volta ao topo da parada britânica em 2002.

Com aniversário ou sem efeméride, Elvis prossegue sendo um ícone do mundo pop reexaminado constantemente em diversas perspectivas. A mais recente vem de um livro recém-lançado nos EUA, Elvis, Presley, The Man, the Life, the Legend (Editora Atria, 272 páginas, US$ 35), de Pamela Clarke Keogh, jornalista, roteirista e escritora alemã. "A aparição de Elvis nos Ed Sullivan Show partiu os anos 50 ao meio", analisa Pamela, que recheia o livro com cerca de 100 fotografias raras do artista, cedidas pelos herdeiros do cantor. Ele surge ainda jovem, supremo, exercendo sem cerimônia o seu pleno poder de sedução. Não há fotos do Elvis gordo, viciado em sanduíches de banana frita, não há nada que lembre a decadência. As fotos mostram Elvis cortando o cabelo, andando de bicicleta, barbeando-se, jantando com os pais, vestido de caubói numa foto muito adolescente.

O encantamento de Elvis pelo estilo, segundo pesquisou a autora, começa muito cedo em sua vida e prossegue até os derradeiros dias. O primeiro pacto com um fashionista foi justamente com o estilista mais ousado de Memphis, Bernard Lansky, dono da loja Lansky Brothers. "As pessoas me diziam que nós estávamos ficando loucos em Beale Street, mergulhando na promoção de alta moda", lembra Lansky no livro. Outras lojas em Beale Street vendiam simplesmente calças de quatro botões para fazendeiros e vestidos de algodão para senhoras. A de n.º 126 (aparece no livro) vendia roupas "doidas", malas e jóias personalizadas.

Lansky sempre foi fascinado pela moda, e começou a angariar clientes entre os entertainers. Rufus Thomas, que tinha gravado Bear Car pela Sun Records (a mesma de Elvis) comprou "algo selvagem" na loja de Lansky. Na metade dos anos 50, todos já o conheciam: B.B.King, James Blackwood, os grupos gospel. Um dia, Lansky viu um garoto magro com "cabelo maluco e olhos que faziam você olhar duas vezes" rondando sua vitrine. Ele não tinha dinheiro, Bernard sabia, mas isso nunca o impediu de ganhar um cliente. "Hey, garoto, por que não entra?", lembra-se de ter dito a Elvis. "Ele olhava tudo, como um garoto numa loja de doces."

O comerciante o fez experimentar os ternos, os jeans pretos sem bolsos traseiros, sapatos de couro de jacaré de US$ 65. "Mas, senhor Lansky, eu não tenho nenhum dinheiro", disse-lhe Elvis. "Mas eu digo ao senhor: quando ficar rico, vou comprar sua loja.’ Por alguma razão, Lansky gostou daquele garoto e respondeu: "Faça-me um favor: só compre meus produtos, não quero que me desaloje daqui". E deram muita risada. Naquela quinta-feira, Elvis voltou à loja e gastou US$ 3,95 em uma camisa, o que era uma pequena fortuna naquele tempo. "Elvis tinha um tipo de sentido para o visual que não estava presente só quando ele estava no palco, mas em suas casas, nos carros que dirigia, nas mulheres que encontrava, e mesmo nos caras que o cercavam", diz Pamela Clarke Keogh. "Seu estilo puro e idiossincrático era assim marcante porque ele era completamente indirigível, indomado."

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