Editoras testam formas de envolver leitores no processo de criação literária

Esqueça a imagem do escritor fechado em casa, sozinho, diante da impassível página em branco. Contas de Facebook e Twitter desativadas. Internet desconectada. Nada que possa desviar a atenção durante o processo de escrita da sua obra – cujo enredo só será revelado aos mais próximos e ao editor, e só será de conhecimento do público quando o lançamento já estiver marcado. O que temos aqui é um novo tipo de experiência produtiva na qual o autor da história não é mais soberano e não há espaços para bloqueios criativos. Tudo porque os leitores estão sendo convidados a acompanhar, às vezes em tempo real, o processo. E opinam, sugerem mudanças e caminhos – que vão sendo incorporados, ou não, pelo autor.

O escritor Luiz Bras (pseudônimo de Nelson de Oliveira desde 2012 para assuntos de ficção) entrou na onda da editora Sesi-SP, que queria fazer algo diferente no ambiente digital além de divulgar seu Clube do Livro. Desde meados de julho, ele está concentrado na escrita de um romance juvenil interativo. Já foram dois capítulos e funciona assim: depois de publicar uma parte da história no blog Participe do Romance, os leitores mandam seus comentários. Ele filtra as mensagens, aceita ou não as sugestões e, então, escreve o capítulo seguinte. A cada 15 dias, o processo reinicia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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