Edição do Tim Festival de 2008 não empolgou

São Paulo parou para a realização da sexta edição do conceituado Tim Festival, um dos maiores festivais de música da América Latina. Como é comum nesse evento, teve shows para todos os gostos. Do rap do norte-americano Kayne West, passando pela MPB de Arnaldo Antunes, até o jazz de Carla Bley.

Nessa edição, o local escolhido para as apresentações foi o Parque do Ibirapuera (no auditório e na arena de eventos), um dos mais conhecidos cartões-postais da capital paulista.

“O Tim Festival reafirma sua vocação de reunir em um só evento o que de melhor está sendo produzido na música mundial. A nova configuração do formato em São Paulo é uma prova de que estamos buscando o aperfeiçoamento a cada edição”, explica o diretor de Imagem e Propaganda da Tim, José Luiz Liberato.

Apesar dos mais variados estilos, o público sentiu a falta de um artista mais renomado para compor o casting do evento, como no ano passado, que contou com a presença da badalada cantora islandesa Björk.

Além disso, outro problema enfrentado pela organização foi o cancelamento dos shows do cantor e guitarrista britânico Paul Weller (devido a problemas com o visto de um dos integrantes) e da banda norte-americana Gossip (segundo a organização, por puro descaso do grupo).

Por falta então de nomes mais conhecidos, coube ao rapper Kayne West as honras de ser a principal atração do Tim Festival 2008. Com o show Glow in the dark (brilho no escuro em português), West fez, na última quarta-feira, uma apresentação toda teatral, em que ele viaja pelo espaço e fica perdido em um planeta inóspito, tendo como companhia apenas o computador Jane, uma espécie de Hal-9000 feminino.

O show até começou bem, com a música Good morning e com o público agitando bastante, principalmente em hits como Flashing lights e Stronger. Entretanto, a falta de comunicação com a platéia, ausência da banda que o acompanha no palco, e, principalmente, o excesso de papagaiada na parte teatral (ter que ouvir que ele é a estrela mais brilhante do universo e ver uma briga contra um dinossauro foi duro de engolir), tornaram o show bem cansativo, mesmo para quem aprecia o trabalho. No final, foi possível ouvir pessoas reclamando por um show caro (o ingresso custou R$ 250) e que não tinha correspondido todas as expectativas.

No mesmo horário, no auditório do Ibirapuera, acontecia o Sophisticated Ladies, que reuniu a revelação do jazz, Esperanza Spalding e duas referências do estilo: Stacey Kent e Carla Bley.

Por estar acompanhando a apresentação do Kayne West, não foi possível assistir a essa apresentação. Contudo, pelos comentários do público, o show foi bom, em especial a de Spalding (que tocou uma versão de Ponta de Areia, do cantor Milton Nascimento) e de Kent (que mostrou uma versão de Águas de março, de Tom Jobim).

No dia seguinte, 23, mais cinco shows animaram o público. Escalados de última hora, Roberta Sá e Arnaldo Antunes fizeram bonito e, com muita simpatia, realizaram uma apresentação impecável, que agradou bastante a platéia. Antunes convidou ainda para uma jam o guitarrista Edgard Scandurra, ex-Ira!, num dos pontos altos do show.

Outro nome brasileiro no evento foi de Marcelo Camelo, vocalista do Los Hermanos. Contudo, diferente de Sá e Antunes, o show dele foi enfadonho e sonolento.

Fazendo uma bossa nova com diversas pitadas de pop, Camelo fez uma apresentação apenas para quem é fã dos Los Hermanos e certamente não conseguiu cativar quem não está acostumado com sua música.

Na arena de eventos, as atrações foram os galeses do Neon Neon e os ingleses do Klaxtons. N&a,tilde;o foi possível assistir ao show do Neon Neon, porém os comentários não foram favoráveis.

Em contrapartida, a mistura de indie com punk rock do Klaxtons levantou a platéia e fizeram um show absolutamente empolgante. E quando os acordes de Atlantis to Interzone, o maior hit da banda iniciou, a arena de eventos veio abaixo, para satisfação do vocalista Jamie Reynolds, que disse estar feliz em finalmente poder tocar no Brasil.

Houve shows também na sexta, no sábado e hoje, porém não foi possível cobrir essas apresentações. Além de São Paulo, o Tim Festival foi apresentado no Rio de Janeiro e em Vitória, no Espírito Santo. O repórter viajou a São Paulo a convite da organização do evento.