Diretor da Flip estima público menor na edição de 2010

O público foi menor que o do ano passado – algo entre 15 e 20 mil, contra pouco mais de 20 mil em 2009, segundo Mauro Munhoz, diretor-geral da Festa Literária Internacional de Paraty -, embora, neste ano, a Flip tenha colocado a venda o maior número de ingressos de todas as edições, já que reduziu a cota de ingressos para convidados e para a imprensa. O número menor, na avaliação de Munhoz, decorreu do fato de o evento neste ano ter sido adiado para agosto por conta da Copa do Mundo, o que o afastou das férias escolares e o fez terminar justo no Dia dos Pais.

Para Liz Calder, presidente do evento, no entanto, a edição que terminou ontem teve “a mais interessante de todas as programações” devido a nomes “diferenciados” como Salman Rushdie e Robert Crumb. Flávio Moura, diretor de programação, também destacou esses opostos – mais precisamente, ressaltou a participação bem-sucedida tanto da best-seller Isabel Allende quanto do intelectual marxista Terry Eagleton. “O nível das discussões foi muito mais alto do que eu esperava”, admitiu. Disse ter se surpreendido com a mesa que pôs lado a lado a iraniana Azar Nafisi e o autor israelense A.B. Yehoshua. “Não sabia nem se eles se falariam, mas foi assombroso, eles dialogaram de maneira tão intensa”, concordou Liz.

Questionado sobre a participação de Crumb, na mesa mais esperada e mais criticada, Moura disse que foi uma vitória conseguir trazê-lo, já que ele próprio havia tentado nas três edições anteriores, assim como diretores que o antecederam.

Moura também foi questionado sobre sua própria permanência no evento. Ao completar sua terceira participação, ele é o diretor que mais tempo permaneceu na função, e o comentário em Paraty era o de que este seria seu último ano. “O caminho a gente faz ao caminhar”, resumiu Munhoz, desconversando sobre a possível substituição.

Voltar ao topo