Dedé comanda o riso no SBT

tv51.jpgDedé Santana não pode reclamar da sorte. Ano passado, durante uma participação no A Praça É Nossa, do SBT, foi aplaudido de pé pelo auditório e convidado por Carlos Alberto de Nóbrega para gravar um quadro fixo. À frente do Comando Maluco, tornou-se o responsável pelos picos do humorístico: algo em torno de 15 pontos numa média de 10. Não demorou para que Silvio Santos o convidasse para transformar o quadro num programa. Dito e feito. Rebatizado de Dedé Santana e o Comando Maluco, tem estréia prevista para sábado, dia 9 de abril, no horário antes ocupado pelo A Praça É Nossa, que passou para o domingo. ?Não queria meu nome à frente do programa. Mas o Silvio insistiu. Disse que é forte, carismático, atrai público. Não sou louco de discutir com o patrão…?, brinca Dedé.

O eterno trapalhão define o programa como uma mistura de As Panteras com Os Três Patetas. Toda semana, a tropa formada por ele, Sargento Berinjela, e pelos palhaços Rapadura, Durão, Dudu, Batatinha e Bananinha, todos provenientes do Circo Beto Carrero, recebe uma missão secreta para resolver. Na estréia, vão ter de proteger a dançarina Scheila Carvalho durante visita ao Parque Beto Carrero, em Santa Catarina. ?Eles fazem tudo errado, mas, no final das contas, tudo dá certo?, adianta Dedé. A idéia de criar o comando maluco partiu do próprio Beto, há quatro anos. Desde então, um sem-número de palhaços se revezou na trupe. ?A atual formação é imbatível. O humor é puro e ingênuo, agrada a família inteira?, acredita ele, produtor do programa e empresário de Dedé.

Há cerca de um ano, Beto Carrero resolveu transformar um de seus números circenses de maior sucesso junto ao público em programa de televisão. Logo, pensou em Dedé para protagonizá-lo. ?O circo é o melhor termômetro que pode haver. Todo final de semana, a gente recebe, quando ele está vazio, uma média de 15 mil espectadores. O que agrada ao público a gente coloca no ar?, analisa Beto. Por coincidência, Dedé também se orgulha de sua origem circense. Nascido em Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro, ele brinca ao dizer que estreou no picadeiro ainda na barriga da mãe, que interpretava a Sargentona Ondina no Patrulha Santana, um número circense bastante parecido com o atual Comando Maluco. ?Estou muito à vontade no novo programa porque aprendi a fazê-lo na barriga da minha mãe. Ela me deu à luz numa barraca, nos fundos do circo, e, no dia seguinte, já estava trabalhando?, lembra.

Sem mágoas

Aos 69 anos, Dedé volta a fazer graça à frente de um humorístico depois de 10 anos. Sua última aparição, no extinto Os Trapalhões, da Globo, data de agosto de 95. Desde então, confessa, passou por maus pedaços. Desempregado, chegou a pedir a Mário Lúcio Vaz, diretor da Central Globo de Controle de Qualidade, um papelzinho numa novela. Foi quando Beto Carrero o levou para Santa Catarina. Ele, a mulher Christiane e os filhos Dainara, Marcos e Yasmin, de 16, 10 e 8 anos. ?O Beto me deu uma nova perspectiva de vida e me abriu as portas para eu voltar a fazer a única coisa que sei na vida?, emociona-se. Mesmo assim, o humorista garante não guardar mágoas, nem da Globo, onde trabalhou por 25 anos, nem do ex-parceiro, Renato Aragão, hoje no A Turma do Didi. ?O Didi terá sempre lugar cativo no meu coração. Torço por ele e acredito que ele também torça por mim?, observa.

Apesar de se orgulhar bastante de seu passado, Dedé prefere falar do futuro. Atualmente, ele concilia as gravações do programa com apresentações circenses. Para agüentar o corre-corre, fez uma cirurgia de redução de estômago. Em quatro meses, perdeu 30 quilos. ?Na minha idade, já não é tão fácil assim perder peso?, justifica ele, hoje com 77 quilos. Ainda este ano, ele pretende voltar aos cinemas com Uma Aventura na Amazônia, título provisório de um roteiro que está escrevendo para o Comando Maluco. E não é só. Beto Carrero planeja também lançar toda uma linha de produtos, como jogos, bonecos e revistas em quadrinhos. ?Só não sei ainda se o boneco do Dedé vai ter a forma de um hipopótamo ou um elefantinho. Atualmente, ele come até mais do que antes…?, implica o empresário.

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