Com orgulho de ser calouro

Ele é engenheiro de alimentos, já trabalhou em fábrica de mortadela, cantou em casamento e formatura, e agora acaba de lançar Vida, um CD de boleros e músicas românticas – o segundo da sua carreira. Tudo isso depois de passar incólume por 24 semanas no disputado quadro de calouros do programa Raul Gil, Quem sabe canta, quem não sabe dança… Ele é Alexandre Arez, um dos mais recentes contratados da gravadora Luar Music, de propriedade do apresentador.

“Foram 24 semanas de sofrimento”, relembra Alexandre, que se inscreveu para o programa no ano passado e se apresentou pela primeira vez no dia 6 de outubro de 2001. “Nesse programa eu cantei uma música em inglês, o tema do Fantasma da Ópera, com vozes masculinas e femininas”.

Depois dessas apresentações, Alexandre foi orientado pela produção do programa a criar um estilo próprio, seguindo nos boleros e músicas românticas latinas. O repertório de Vida foi construído com base nesse estilo: o disco reúne boleros mais tradicionais, como Solamente una vez, de Augustín Lara, Contigo en la distancia, do cubano César Portillo de la Luz e Somos novios, de Armando Manzanero, a clássicos da MPB, como Minha namorada, Alguém me disse e Onde anda você?, de Vinícius de Moraes e Hermano Silva, passando por Roberto Cantoral, Luís Demétrio, Álvaro Carrilho, Lepera e Carlos Gardel, e até canções de estrelas da música latina contemporânea, como sucessos de Gloria Estefan e Cristina Aguilera.

Um balaio de gatos? Ele garante que não: “Fizemos uma releitura mais jovem dos boleros mais tradicionais, e demos uma roupagem mais `clássica’ para as músicas mais pop. Assim o disco ganhou uniformidade”, explica. O cantor também tem composições próprias, algumas das quais devem estar no próximo disco. “O disco novo do Leandro Lehart (ex-vocalista do Art Popular) tem uma música minha, Garoa”, revela.

Alexandre parece não se importar com o estigma de “calouro do Raul Gil”: “O ibope do Raul Gil é altíssimo, muita gente gosta e acompanha. Além disso, o Robinson vendeu mais de um milhão de cópias, Reinaldo & Lilian mais de 600 mil… você há de convir que é uma dependência muito boa – eu prefiro ser um calouro que vende um milhão de cópias do que um bom cantor que vende 30 mil”, dispara. “Até porque nós temos a oportunidade de mostrar que o Brasil também pode gostar de músicas e estilos que andavam meio esquecidos, como o bolero. Mas, por mim, podem me chamar de calouro do Raul Gil a vida inteira.”

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