Cidade de Deus estréia hoje em Curitiba

Quase todo mundo já ouviu falar de Cidade de Deus, longa-metragem de Fernando Meirelles, co-dirigido por Katia Lund e baseado no livro homônimo de Paulo Lins, que estréia hoje em Curitiba. Com duas semanas de exibição, nas praças que o receberam no último dia 30, Cidade de Deus já era o segundo filme mais visto – atrás de Tudo para Ficar com Ele, com Cameron Diaz.

Meirelles tem sido comparado com Quentin Tarantino, para o bem e para o mal. O filme, que conta a instalação e o crescimento do tráfico de drogas no conjunto habitacional da zona oeste carioca, transcorre em ritmo de videoclipe; os diálogos também são tarantinescos, ágeis e bem-humorados. A violência abundante ganha contornos pirotécnicos – e acaba neutralizada, apesar de algumas cenas serem bastante fortes. O diretor também tem sido criticado por isolar a favela, como se ela não estivesse ligada à sociedade como um todo (aí incluídos os “clientes” bem-nascidos do tráfico).

Mas há um aspecto em Cidade de Deus que deveria alçá-lo automaticamente à condição de “brilhante”: o desempenho dos atores, quase todos amadores recrutados nas comunidades carentes do Rio. Ainda que eles conheçam de perto a dura realidade que representam, não é nada fácil “encarnar” outra personalidade. Prova disso foi a pergunta que Leandro Firmino da Hora, que faz o terrível traficante Zé Pequeno, fez para a preparadora de elenco Fátima Toledo durante o processo de seleção: “Como fazer para sentir o ódio que Zé Pequeno sentia?”.

O trabalho de filmagem, a fluência, a forma narrativa, a agilidade da montagem e a trilha sonora também são capítulos à parte. E Meirelles potencializa seus efeitos de sedução com uma trilha sonora envolvente, que vai de Cartola a Tim Maia. Diante desse choque de realidade, somos obrigados a concordar com o jornalista Luiz Zanin Oricchio: “Sentimo-nos como um espectador de classe média diante da energia pulsante de um baile funk – um pouco assustado, mas seduzido pelo que vê”.

 Destaques de hoje são as comédias

Os outros destaques de hoje nos cinemas são a comédia Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro, com Mike Myers, – que mereceu merchandising até no Casseta & Planeta – e Divinos Segredos, comédia adaptada de um best-seller da escritora americana Rebecca Wells, com Ellen Burstyn, Ashley Judd e Sandra Bullock. O primeiro encerra a trilogia involuntária do agente “bond cama” – seu pai (Michael Caine) é raptado por Goldmember (Mike Myers), e Austin (Myers)é obrigado a fazer um pacto com seu arquiinimigo, Dr. Evil (Myers). Mas os vilões se unem num plano que inclui até uma viagem no tempo, colocando os personagens no clima dos anos 70. Marcam presença Tom Cruise, a família Osbourne, Britney Spears, Spielberg e outros. Já Divinos Segredos fala de outro rapto, o da dramaturga Sidda por sua mãe.

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