Brasil terá expressiva participação na 65ª Berlinale

Mesmo fora da disputa de longa pelo Urso de Ouro, o Brasil terá expressiva participação na 65.ª Berlinale. Serão três ficções e um documentário no Panorama, mais outra ficção no Fórum. Vale lembrar que todas as seções do Festival de Berlim são contempladas pelo prêmio da crítica e, no ano passado, o Brasil venceu no Panorama com Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro.

Walter Salles emitiu um comunicado dando conta de sua satisfação de estar de volta a Berlim. “O primeiro filme de Jia, Xiao Wu, estreou em Berlim no mesmo ano em que Central do Brasil competiu, em 1998. Cada novo filme de Jia Zhang-ke reforçou a sensação de que ele se tornou o cineasta mais importante em atividade, aquele que melhor traduz o nosso tempo. É dessa percepção que surge Um Homem de Fenyang. Estar de volta a Berlim com um documentário sobre o cineasta extraordinário que é Jia Zhang-ke é uma honra. É como se um círculo se fechasse”, reflete Salles.

Zhang-ke acrescenta – “Foi através desse festival que nós dois tomamos conhecimento do trabalho um do outro e iniciamos nosso contato. Sou grato ao Walter por mostrar meu trabalho com a obra dele, e no local onde nos conhecemos. O Festival de Berlim virou um marco na minha vida. Foi meu ponto de partida. O documentário conta às pessoas o que passou na minha cabeça enquanto vagueava pelo mundo do cinema.”

O Homem de Fenyang passa em Panorama Dokumente. Os demais longas ficcionais – três deles – passam no Panorama, correspondendo ao tema geral que o curador Wiellkand Speck escolheu para este ano – a denúncia do abuso. Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, foi muito bem acolhido no Sundance Festival. Foi até premiado – Regina Casé, coberta de elogios pela Variety, a Bíblia do show biz, recebeu o prêmio de melhor atriz. O filme encerra um ciclo, tratando das domésticas que não dormem mais na casa dos patrões.

Sangue Azul, de Lírio Ferreira, premiado em Paulínia, é sobre incesto (entre irmãos). Ausência, de Chico Teixeira, mostra garoto carente numa relação perturbada com seu professor. Matheus Fagundes foi melhor ator no Festival do Rio. Beira-Mar, da dupla Felipe Matzembacher/Márcio Feolon, no Fórum, trata das descobertas afetivas e sexuais de dois amigos adolescentes. E ainda tem o curta de Joel Pizzini, Mar de Fogo – leia texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo