Carnaval

Autor de ‘Cabeleira do Zezé’ segue criando marchinhas

Suas marchinhas carnavalescas são tão populares, e há tanto tempo, que há quem pense que elas caíram em domínio público ou que seu autor já morreu. Mas João Roberto Kelly, compositor de Cabeleira do Zezé e Mulata Bossa Nova, está tão vivo quanto suas letras e melodias. E na ativa. A marchinha deste ano mistura três personagens do momento: Lula, Obama e Osama Bin Laden.

“Vou sair de Barack Obama/ Quero ter quatro dias de fama/ Se eu encontrar um Lula por aí/ Vai ser bem legal/ Só não quero cruzar com Bin Laden/ Aí vai acabar meu carnaval”, diz a Marchinha do Obama, ainda não gravada. “Lula, Obama e Osama são as três máscaras que vão fazer sucesso nesse carnaval”, diz ele. Simples e maliciosas, as marchinhas de Kelly são tocadas nos blocos de rua e nos bailes há mais de quatro décadas. O primeiro sucesso foi Cabeleira do Zezé, de 1964. Depois vieram: Mulata Bossa Nova, Joga a Chave Meu Amor, Rancho da Praça Onze, Maria Sapatão e Bota a Camisinha.

Com cerca de 40 músicas gravadas, 50 anos de carreira e 70 de idade, Kelly continua compondo para a folia. Sempre ao piano, instrumento que começou a tocar aos 11 anos. Foi presidente do júri do Concurso Nacional de Marchinhas da Fundição Progresso, no Rio, e diz que gosta da produção atual. Nascido na Gamboa, um dos berços do samba carioca, e morador de Copacabana, no carnaval Kelly vai participar de bailes populares da Cinelândia e sairá em blocos, como o Cordão da Bola Preta, onde muitas de suas marchinhas foram lançadas.