Ator diz que ficou com câncer após fazer sexo oral

Michael Douglas, vencedor de dois Oscars, afirmou ao jornal britânico Guardian que seu câncer na garganta foi causado por ele ter feito sexo oral em mulheres. Divulgando o filme “Behind the Candelabra”, de Steven Soderbergh, no qual interpreta o pianista gay Lee Liberace (1919-1987), o ator, marido de Catherine Zeta-Jones, falou sobre sua doença, diagnosticada em 2010. Questionado sobre se arrepender de passar anos fumando e bebendo (causa comum deste tipo de câncer), Douglas foi bem direto.

“Não. Sem querer entrar muito nos detalhes, esse câncer em particular é causado pelo HPV [papilomavírus humano, doença sexualmente transmissível], que vem do sexo oral”, afirmou.

Depois do diagnóstico, Douglas passou por rádio e quimioterapia e perdeu 20 quilos graças a uma dieta líquida. Ele disse ao Guardian que está totalmente curado e que, segundo seus médicos, em 95% das vezes esse tipo de câncer não retorna.

Opinião médica

Malesh Kumar, consultor médico do jornal britânico, se disse cético quanto ao sexo oral ser a única causa do câncer do ator mas confirmou que o HPV é responsável pelo aumento drástico na incidência do câncer de garganta.

Ex se defende

Diandra Douglas, ex-mulher de Michael Douglas, afirmou ao site TMZ, ontem, que não é portadora do vírus HPV. Diandra se separou de Michael em 2000, em um dos divórcios mais caros já vistos em Hollywood e depois do anúncio Douglas fez questão de divulgar que não foi ela que passou a doença ao ator.

Epidemia

Considerada por especialistas a “epidemia do século 21”, a infecção pelo HPV atinge mais de 630 milhões de homens e mulheres (1 em cada 10 pessoas) no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que entre nove e 10 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus e que se registrem 700 mil novos casos a cada ano.

O uso da camisinha, tão importante para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), ajuda, mas não garante proteção total contra o contágio, já que o vírus se aloja na pele e permanece em toda a região genital. Em função disso, a vacinação é defendida pela OMS como a principal forma de prevenção contra o HPV. O governo brasileiro estuda a inclusão de uma das vacinas disponíveis contra o HPV no calendário vacinal, mas por enquanto elas só estão disponíveis nos laboratórios particulares. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomenda a vacina para homens e mulheres de 10 a 25 anos. São 3 doses e cada uma custa cerca de R$ 300.

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