Artistas voluntários da Rede Sol comemoram Prêmio Top Social ADVB-PR

Os artistas integrantes da Rede Sol, programa de responsabilidade social da Fundação Cultural de Curitiba, comemoram o Top Social ADVB-PR 2005 Prêmio Zilda Arns com um convite à classe artística curitibana a fazer parte desta corrente de solidariedade voluntária por aqueles que precisam de atenção. O prêmio será entregue nesta quarta-feira, às 20 horas, no Estação Embratel Convention Center.

O prêmio se completa em importância porque destaca o trabalho desses artistas que são os condutores de uma luz que só é vista por quem é solidário. Pela arte, cada integrante da Rede Sol leva conforto, amparo e alegria a internos de hospitais, creches e asilos. São crianças, jovens e idosos em situação de risco de vida, que recebem compaixão e retribuem com amor à Rede Sol.

"Esperança é o maior presente que recebo dessas pessoas. Elas têm muita esperança, mesmo estando em risco de vida. Isso dá suporte à minha fé", afirma o saxofonista André Deschamps, 35, que participa voluntariamente da Rede Sol. Para ele, a premiação do Top Social significa que o projeto da Fundação Cultural "está tomando corpo na comunidade artística". "O maior retorno que espero é ver mais artistas participando da rede", completa Deschamps.

"Gostaria que todo mundo descobrisse este trabalho e também fizesse parte", faz coro o mágico Bordenowski, 80, que há 62 anos é profissional da magia. "Sempre fiz trabalho solidário em instituições sociais e continuo agora com a Rede Sol. Não há dinheiro que pague o que tenho recebido de crianças e idosos", afirma. Por muitas vezes, Bordenowski conta que ouve nas apresntações: ?tio gostei tanto de você?. "O sorriso deles é o meu maior presente", diz o mágico ao lembrar que já recebeu uma dedicatória de uma "fã", interna do Hospital Erasto Gaertner. "Uma menina, que estava internada me chamou num canto e disse: ?tio, vou te dar um presente?. Ela me entregou um desenho com uma dedicatória e pediu que eu não demorasse a voltar. Isso não tem preço", reforça o mágico, emocionado.

Para a palhaça Cebola, 39, a arte aplicada à área social tem o poder da transformação. "É um trabalho voluntário, sem vaidade, sem exibicionismo, mas que me enche de orgulho, porque estou transformando algo. Eu dôo amor e recebo amor, retratado às vezes em um sorriso, em meio à dor. É uma força que vem em dobro", revela.

A serenata e o lirismo da música italiana são levados aos hospitais e asilos pelas vozes de pai e filha, Jorge, 66 anos, "o cantor Jorginho" e Kátia Santos, que participam da Rede Sol. "Tenho o dom de cantar e me alegro por alegrar aqueles que mais precisam", afirma Jorge. "O sorriso deles reaviva o talento que Deus me deu", completa.

O palhaço Alípio, integrante da Companhia do Circo integra a Rede Sol. "Faço o pouco que representa muito. Dos pais recebo obrigado, enquanto as crianças agradecem sorrindo. O retorno é mais alegria que ?me enche a pilha?. Não custa nada fazer parte desse trabalho de transformação".

A Rede Sol, programa de responsabilidade social da Fundação Cultural de Curitiba, leva a beleza das artes a hospitais, creches, asilos, orfanatos, presídios, escolas especiais e casas de apoio. São dezenas de artistas unidos num grande movimento solidário e que proporcionam momentos de descontração para as pessoas afastadas temporariamente do convívio social, seja por motivo de saúde, abandono ou por imposição da justiça, mas que precisam muito amparo, alegria e respeito.

A Rede Sol utiliza apenas artistas voluntários, e este é seu maior diferencial, que garante o caráter solidário do programa. A Rede Sol atua com grupos de teatro, teatro de bonecos, orquestras, bandas, corais, atrações circenses, atividades de artes plásticas, mágica, música, capoeira, dança e literatura. Com um cronograma de atividades mensal, os artistas são levados para realizar suas apresentações dentro das instituições onde estão os internos. A Rede Sol já atendeu 130 mil pessoas, em 2.350 apresentações envolvendo 269 artistas voluntários.

"O Prêmio Top Social é um reconhecimento a um esforço de uma equipe que realiza um trabalho muito especial e principalmente aos artistas voluntários que nos auxiliam neste grande ato de solidariedade", diz o presidente da Fundação Cultural, Paulino Viapiana.

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