Arte inovadora em Curitiba

Estréia semana que vem, em Curitiba, o projeto Entreterritórios, da bailarina e coreógrafa Marila Velloso.

Composto de videodança e instalação, o projeto já teve pré-lançamento no México e estréia também nos Estados Unidos, em julho.

A videodança será apresentada, na próxima segunda-feira, de forma inusitada, através de uma projeção, à noite, na fachada do Teatro Guaíra.

Na terça-feira, terá início a exposição de uma instalação, com imagens de Marila passando em várias TVs, na Faculdade de Artes do Paraná.

O projeto teve início em novembro de 2006. A idéia de Marila era ?errar? pela Rua das Flores e o Pelourinho, em Salvador, testando, com a dança, as habilidades do corpo.

Depois de ganhar o prêmio Funarte de Dança Klaus Vianna, em 2007, a coreógrafa pôde ampliar o projeto, levando o desafio também para um deserto de sal em Salinas Grandes, na Argentina.

Em Salvador, Marila era seguida por câmeras, enquanto andava pelas calçadas, entrava em bares – onde muitas vezes sua presença não era muito bem vinda pelos comerciantes – e interagia com o ambiente.

O local não era exatamente aquele conhecido pelos turistas. ?É uma rua não restaurada no Pelourinho. É um lugar muito rico no contexto cultural e social, muito diverso de Curitiba?, conta.

Mas foi o deserto de sal na Argentina, a 4,7 mil metros de altitude, que mais impressionou a bailarina. ?É um lugar onde a natureza é imperativa, onde não há uma situação social e política tão presente. Então, pude colocar meu corpo em outra situação. E o resultado ficou um pouco mais artístico?.

As filmagens nas salinas são uma história à parte: ?pra gente chegar no topo das salinas, fazíamos 90 km em 2 horas e meia, enjoávamos por causa do mal de altura. Ainda andávamos mais uma hora e meia na água salgada, num sol muito forte?, diz, lembrando que toda a equipe acaba carregando essa experiência para a hora da filmagem. ?Isso muda o processo de criação não só meu, mas também da equipe?, conclui.

Marila explica também as formas inusitadas de apresentar o projeto: ?Tem a videodança de 20 minutos, que escolhi colocar nas paredes de fora do Teatro Guaíra. É uma maneira de expor o trabalho do lado de fora. E não é qualquer lado de fora?, revela, afirmando que tem curiosidade de saber como será a reação das pessoas ao se depararem com a projeção.

Já a instalação mostra os movimentos de Marila em várias TVs e projeções. Nela é possível ver, por exemplo, o mesmo movimento repetido em lugares distintos. ?Movimentos pequenos, micro, que quando são acelerados aparecem de maneira grande. Detalhes como a cabeça que bate na piscina de sal, e o tempo que leva para o cabelo se estender?, analisa.

Serviço

Lançamento da videodança e instalação, na segunda-feira (30), no lado externo do Teatro Guaíra, na esquina das Ruas Amintas de Barros e Conselheiro Laurindo, entre as 19h e 21h. Instalação, exposta a partir de terça-feira (1.º), até a próxima segunda-feira (7), no Campus Teatro da Faculdade de Artes do Paraná (Rua dos Funcionários, 1756). Horário: das 19h às 21h. Sábado (5) e domingo (6), das 16h às 18h.

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