Apesar do longo trabalho no teatro, Marcos Caruso dá primeiros passos na Globo

Aos 62 anos de idade e 32 de profissão, o ator Marcos Caruso é praticamente um novato na Globo. O médico Prata, que interpreta em Como uma Onda, é o quarto trabalho do ator na emissora e o primeiro com o diretor Dennis Carvalho. Mulheres Apaixonadas, Coração de Estudante e Presença de Anita foram dirigidas por Ricardo Waddington.

Isso, aliás, foi o principal aspecto que motivou Caruso a aceitar o convite para a novela das seis. ?Estou feliz por outro diretor apostar no meu trabalho?, comemora. Caruso não aparece pouco apenas na Globo. Na tevê, ele é realmente bissexto. Isso se deve, em grande parte, à dedicação que tem ao teatro e ao fato de exercer atrás das câmaras atividades como de diretor e autor: escreveu, por exemplo, a peça Trair e Coçar é só começar há 18 anos em cartaz e a novela A História de Ana Raio e Zé Trovão, exibida na extinta Manchete.

Atualmente, na trama, Prata vive uma crise no casamento devido ao ciúme excessivo da mulher Alice, papel de Débora Duarte. Ela desconfia que ele tenha um caso com uma colega de trabalho, Virgínia, de Mila Moreira. Como a maioria dos atores, Caruso está sorrindo de orelha a orelha com os conflitos do personagem, mas faz uma ressalva. ?Se vai realmente acontecer algo mais picante entre o Prata e a Virgínia, eu ainda não sei?, frisa.

P – Você também é autor e diretor. De que forma essa experiência influência seu trabalho de ator?

R – Quando leio um capítulo praticamente adivinho o que vai acontecer, pois sei os macetes dos autores. Sei quando o personagem vai deslanchar e quando não vai. Isso é muito bom, pois não crio nenhum tipo de expectativa. Por ser diretor eu exijo mais de mim. Crio uma massa mais crítica em relação a minha atuação, não porque quero, mas porque o diretor está em mim.

P – Você está sendo mais confundido com o Doutor Dráuzio Varela por estar interpretando um médico? Isso o incomoda?

R – Na época de Mulheres Apaixonadas as pessoas confundiam mais. Agora já conseguem nos diferenciar. Isso não me incomoda em nada. Se as pessoas confundem é porque existem semelhanças e eu não posso ir contra elas. Mas, uma vez, em Portugal, eu tive de dar um autógrafo em nome do Dráuzio. Logo depois liguei para ele e expliquei: ?Desculpa, mas não tive como negar. O português disse que leu todos os seus livros, que era seu fã e que não podia perder aquela oportunidade, pois nunca imaginou ver você em Portugal?.

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