Aldo Silva Júnior, o poeta trovador

De velha cepa provém Aldo Silva Júnior.

Seu pai, saudoso parlamentar e radialista, era influente orador e plantador de versos, a todos encantando.

Não é, pois, de admirar que o filho seguisse as suas pegadas e, enveredando pela literatura, produzisse ricas trovas e poemas admiráveis.

Recentemente lançou o primeiro livro Trovas, Poesias e Alguma Prosa, inobstante já houvesse incursionado pela arte literária, através da Antologia do I Concurso – Helena Kolody de Poesia e na revista Sala do Poeta.

Vânia Maria Souza Ennes, presidente da Seção de Curitiba da União Brasileira de Trovadores, que prefaciou a obra, assim define o novél autor: “De personalidade vibrante, imaginação e inspiração aguçadas, Aldo nos oferece este livro, recheado de assuntos interessantes e atraentes com tempero saboroso, do suave ao picante, para ser saboreado nos momentos de lazer.”

Para comprovar a assertiva daquela consagrada trovadora, basta transcrever:

“Meu diploma de doutor

Tirei mesmo ali na rua

Chorando c’o pobre a dor

Vestindo a criança nua.”

“A saudade vem quietinha

Pisando bem devagar

Sem licença e pouca linha

No coração se instalar.”

“Teu beijo é doce quimera,

Que te faz minha querida;

Teus olhos são primavera

A colorir minha vida.”

De seus poemas Dia dos Namorados revela toda a sua sensualidade:

“O dia dos namorados

É dos dias mais comemorados

Até por quem não é.

Todos confessam paixão,

Esquecendo de um senão:

Amor não exige fé.

II

Amor exige carinho,

Aquecido no cadinho

Porque se não ele esfria.

Exige muito cuidado,

Exige ser lapidado

Pelos dois no dia-a-dia.

III

Se ao outro, um se dedica;

Se o outro de si abdica

Em favor de seu amante,

Por certo conseguirão,

Com abrasiva paixão

Lapidar lindo brilhante.

IV

Mesmo sabendo disso,

Pelo amor eu me enfeitiço

E por Cupido eu clamo

Para gritar pelos ares,

Espalhar aos sete mares,

– Meu amor, como eu te amo!”

Este é Aldo Silva Júnior, já festejado poeta e trovador, que merece ser melhor conhecido e homenageado, ainda porque também prosador de mérito, enquanto orador fluente, como seu velho e saudoso pai!

Luíz Renato Pedroso

é desembargador jubilado e presidente do Centro de Letras do Paraná.

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