“Agreste” retorna a Curitiba no Teatro da Caixa

Após ser considerado um dos principais espetáculos da Mostra Contemporânea do Festival de Teatro de 2004, a peça ?Agreste? volta a Curitiba, desta vez sendo apresentada no Teatro da Caixa neste próximo final de semana (sexta e sábado às 21 horas e domingo às 19 horas).

Escrita por Newton Moreno, ?Agreste? é um drama de amor e pobreza no interior nordestino, narrado por dois contadores de história (vividos por Joca Andreazza e Paulo Marcelo). No palco os dois atores narram e representam as personagens, montando e desmontando as cenas com o mesmo domínio que assumem a passagem narrador-personagem / personagem-narrador.

?Agreste? acontece no meio da seca, quando um casal de lavradores simples descobre o amor e foge, pressentindo que "algo" de perigoso paira sobre seu amor. A morte de um deles, porém, traz uma revelação surpreendente que muda o curso da história.A esposa vem a compreender o porquê, ?nos depois?, após a morte do marido. Essa mulher machucada pela perda, sem entender a dimensão de seus atos, acaba sendo vítima do horror e da intolerância. Para o diretor Márcio Aurélio, ?Agreste é um vigoroso manifesto poético, uma fábula sobre ignorância, preconceito e amor incondicional?.

Márcio Aurélio – que é doutor em Artes pela Escola de Comunicação e Artes, da USP, e professor de teatro na Unicamp -, falando das peculiaridades da montagem conta que apenas uma cena consumiu metade de todo o tempo de ensaio. ?Dos oito meses de trabalho, três ou quatro foram usados só para ensaiar a cena dos microfones (os primeiros 20 min da peça). Isto porque o texto do Newton tem uma estrutura aberta, mais de provocação que naturalista. E precisava-se descobrir como criar interesse no espectador?.

Já o autor, Newton Moreno, que ganhou o Prêmio Shell com o texto, explica que o desenvolveu depois de uma conversa com uma amiga que trabalha com educação sexual de mulheres no sertão de Pernambuco. ?Ela me contou histórias sobre o desconhecimento das mulheres sobre si mesmas, da grande ignorância do que significam – não só com relação ao próprio corpo. Parti da noção de ignorância e horror para construir a peça?, esclarece o autor.

Serviço
Teatro da Caixa, dias 10, 11 e 12 de março (sexta e sábado às 21 horas, e domingo às 19 horas).
Ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00 (clientes, idosos e estudantes), à venda no Teatro da Caixa (rua Conselheiro Laurindo, 280), desde quinta-feira, sempre a partir das 12 horas . Informações 3321-1999. 

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