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A memória da TV brasileira no Aruanda 2016

A memória da TV brasileira está sendo evocada no Fest Aruanda. Primeiro, porque um dos nomes homenageados é o de Péricles Leal, criador do personagem Falcão Negro e um dos pioneiros da televisão no País. Segundo, porque um dos longas em competição é Silêncio no Estúdio, de Emilia Silveira, dedicado a Edna Savaget, ela também uma das primeiras apresentadoras de TV do Brasil. Péricles era paraibano; Edna, carioca.

Sobre o primeiro foi apresentado o documentário Péricles Leal – O Criador Esquecido, de João de Lima e Manuel Clemente. Também em torno do seu nome, houve mesa de debates do festival, com o próprio João de Lima, o ator Lima Duarte, o crítico Wills Leal e o documentarista Vladimir Carvalho. O professor e pesquisador João de Lima lembrou o homem de sete instrumentos que foi Péricles Leal, além de jornalista, colunista e escritor. “Mas ele queria ser reconhecido como romancista, pois fazer TV na época não tinha prestígio.” Tentou até carreira internacional. Em vão. Mas aqui foi um sucesso.

“Fiz três novelas do Péricles, Os Homens Querem Paz, Posto Avançado, Paz na Terra. Ele cunhou a teledramaturgia brasileira”, lembrou Lima Duarte, de 86 anos. Péricles foi estudar TV nos EUA e de lá trouxe a técnica, a forma de organização do novo veículo e, de quebra, o modelo de rádio FM com programação intercalada de anúncios. Diretor da TV Ceará, descobriu Renato Aragão, depois sucesso nacional na Globo.

Silêncio no Estúdio fala da vida agitada e criativa de Edna Savaget, talvez mais conhecida do público carioca. Afinal, foi na TV Tupi do Rio de Janeiro que ela se tornou pioneira dos programas vespertinos dirigidos ao público feminino.

Edna parecia ótima entrevistadora. E tinha uma preocupação didática, ao tentar levar ao público conhecimento. Quando a TV foi mudando para o modelo popularesco atual, começou a perder espaço. Foi expelida da Globo por Boni. Depois trabalhou na Band, e se demitiu quando percebeu que os tempos eram outros e o tipo de programa que gostava de fazer já não tinha mais vez.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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