A fotografia na história de Curitiba

A Fundação Cultural de Curitiba abre na próxima quinta-feira, às 19h, na Casa Romário Martins, a exposição ?Fotos de Estúdio: Imagens Construídas?, que apresenta fotografias produzidas pelos primeiros estúdios fotográficos montados em Curitiba no final do século XIX. Na ocasião, a fundação lança um novo número do Boletim da Casa Romário Martins, com um histórico dos primórdios da fotografia paranaense e reproduções das imagens reunidas na mostra.

Do acervo histórico da Fundação Cultural de Curitiba, composto por mais de 300 mil imagens, entre as quais 10.700 originais em papel, datadas desde 1884, foram selecionadas 68 que representam o momento em que a fotografia aparece como uma novidade no cotidiano das famílias curitibanas. Entre 1880 e 1930, a partir do pioneirismo de Adolpho Volk, os estúdios fotográficos passaram a contar histórias de vida e contribuíram para ordenar a memória de várias gerações.

Em Curitiba, a técnica chegou nas últimas décadas do século 19, quando a cidade começou a expandir seu quadro urbano e a abrigar um significativo número de imigrantes, muitos dos quais já conheciam a fotografia. Entretanto, os equipamentos e laboratórios fotográficos estavam restritos aos profissionais e era a eles que se recorria. ?Nessas ocasiões, a simples presença de um fotógrafo ou a ida a um estúdio era acontecimento a ser lembrado nas reuniões familiares?, contam os historiadores Maria Luiza Baracho e Marcelo Saldanha Sutil, autores da pesquisa.

Com o desenvolvimento de técnicas, os fotógrafos foram aprimorando os seus processos, mas os estúdios, equipados com uma parafernália de móveis, biombos, colunas, peças de vestuário e objetos dos mais variados garantiam o cenário ideal para os retratados. Depois de Adolpho Volk, outros nomes tornaram-se famosos na época: os irmãos Joseph e Augusto Weiss, Arthur Wischral, Armin Henkel, Alberto Oncken, Frederico Lange e João Baptista Groff.

Boletim

O novo número do boletim mantém a proposta editorial original de acolher a vasta produção historiográfica sobre a cidade, mas traz uma inovação em sua concepção gráfica. Segundo a diretora de Patrimônio Cultural, Christine Baptista, os próximos lançamentos estarão divididos em séries, conforme a temática dos estudos e pesquisas: Memória Urbana, Memória Institucional e Memória de Vida.

O volume ?Fotos de Estúdio: Imagens Construídas? inaugura a série Memória Urbana, cujo objetivo é divulgar o acervo histórico-documental da Casa da Memória sobre temas de ressonância cultural nos diversos segmentos sociais. As publicações têm conexão com as exposições organizadas na Casa Romário Martins.

Serviço:
Exposição e lançamento do Boletim da Casa Romário Martins ?Fotos de Estúdio: Imagens Construídas?.
Casa Romário Martins, Largo da Ordem, 30.
Abertura: quinta-feira, 28 de julho, às 19h.
A exposição permanece aberta até 15 de novembro de 2005. De terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 14h.
Entrada franca.

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