Zona do rebaixamento volta a incomodar Paraná Clube

 Paraná Clube segue sofrendo com um efeito “gangorra”. Se a vitória sobre o Náutico devolveu ao torcedor a esperança do acesso, a derrota contundente para o Icasa-CE, na terça-feira, foi um duro choque de realidade. Em 10.º lugar, o Tricolor está novamente mais perto da zona do rebaixamento do que do G4. Para não ver suas possibilidades se esgotarem em breve, a única opção para o time do técnico Guilherme Macuglia é emplacar uma sequência de vitórias.

Diante dos próprios números do Paraná nesta Série B, uma possibilidade remotíssima. Após 26 rodadas, a equipe não conseguiu mais do que duas vitórias sequenciais. Pior do que isso: a maior série invicta foi de apenas quatro jogos (entre as rodadas 4 e 7). Neste período (em que Roberto Fonseca iniciava seu trabalho à frente do Tricolor), foram três vitórias – contra Salgueiro, Goiás e Icasa – e um empate diante do Náutico. Desde então, o que se viu na Vila Capanema foi uma campanha marcada por altos e baixos.

Além dessa incômoda oscilação, fiel constatação da instabilidade do grupo, o Paraná carrega outras marcas preocupantes. Nesta temporada, o time foi “saco de pancadas” dos paulistas. Dos nove confrontos, foram só três empates e seis derrotas. Número preocupante na medida em que os representantes de São Paulo totalizam mais do que um terço dos integrantes da Segundona. O retrospecto também confirma toda a fragilidade do Tricolor quando o assunto envolve jogos no Nordeste brasileiro.

Nos cinco jogos disputados até aqui, nesta região, o melhor desempenho foi um tímido empate contra o Náutico, ainda na 6ª rodada do Brasileiro. Mesmo Salgueiro e Icasa, times ameaçados pelo rebaixamento, conseguiram “respirar” ao jogar com o Paraná em seus domínios. Estes dois fatores, combinados, explicam o fracasso do Tricolor nesta Série B. Num campeonato onde a regularidade é chave para o sucesso, o representante paranaense não conseguiu se sustentar numa posição de destaque.

Mesmo tendo realizado um bom primeiro turno, onde só saiu do G4 na última rodada (ao perder para o paulista Bragantino), o Paraná dá sinais de falta de oxigênio para retornar a uma posição de destaque. Restam somente 12 rodadas (com seis jogos em casa e outros seis fora) e, pelo histórico da Segundona, somente com mais nove vitórias poderá se permitir sonhar com o acesso. Matemática improvável para um time com tantas carências e que no transcorrer da temporada não conseguiu confirmar a identidade de “time guerreiro”, esboçada no início desta Série B.