Vitória sim, mas com pouco brilho

A vitória veio, como já era esperada, mas o futebol cheio de brilho e de ginga brasileira não foi visto em campo ontem, contra a seleção chinesa. Talvez porque os jogadores tenham levado a sério demais frases do professor Luiz Felipe Scolari, como “essa história de jogar bonito já era.” Se Felipão queria ver gols, viu. Aliás, foram quatro ao longo dos 90 minutos, marcados por Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, respectivamente. Mas quem esperava uma verdadeira goleada – quem sabe repetir o massacre da Alemanha contra a Arábia Saudita, de oito a zero, como aconteceu no último sábado?! -, deve ter ficado um pouco decepcionado.

Decepção, também, em se tratando de dribles e toque de bola. Não dá para desmerecer o placar final, mas se a adversária não fosse a frágil – e desfalcada – seleção da China, o Brasil talvez não tivesse levado a melhor. A zaga, por exemplo, apesar de ter levado puxões de orelha do técnico Scolari depois do jogo contra a Turquia, mostrou-se tão desarticulada como na primeira partida.

E se no primeiro jogo a palavra-chave foi ‘sufoco’, dessa vez o termo ‘marasmo’ é o que melhor define a partida. Sobretudo no segundo tempo, quando o Brasil passou a jogar em ritmo de treino e não de um mundial. Tudo bem que a vitória já estava garantida, mas nós, torcedores, merecíamos assistir a uma partida, senão espetacular, pelo menos atuante. Desrespeito maior ainda com os torcedores que estão na Coréia do Sul e pagaram para assistir ao jogo.

Mas brasileiro sangue bom não se atém a esses detalhes. Curte o futebol do coração, festeja a cada gol e comemora o resultado final. Afinal, Copa do Mundo é festa. E que venha a Costa Rica…

Lyrian Saiki

é repórter de Cidades

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