Vadão não quer voltar logo para o futebol brasileiro

A perspectiva de iniciar uma carreira internacional levou o técnico Oswaldo Alvarez a desistir de comandar a Ponte Preta, líder do campeonato brasileiro há um mês para comandar o Verdy Tokyo, que luta para fugir da zona de rebaixamento da Primeira Divisão do futebol japonês. O treinador já embarca nesta terça-feira para o exterior caso os documentos estejam regularizados.

"É claro que não é fácil sair nessa situação, mas não foi somente o dinheiro que contou. Até porque a Ponte estava fazendo todos os os esforços para eu ficar. Sempre desejei ter o desafio de morar em outro país, conhecer uma nova cultura e o Japão é um mercado em expansão que precisa de um trabalho forte de longo prazo", explica Vadão. "Não se trata de uma aventura, tanto que, apesar de ter assinado contrato de cinco meses, minha intenção é ficar mais tempo."

Essa será a primeira experiência de Vadão como treinador fora do Brasil. "Já tinha passado uma temporada na Colômbia como preparador físico do Nelsinho (Baptista), que também está no Japão."

Apesar da situação difícil na J-League, Vadão deve pegar um Verdy Tokio motivado. A equipe venceu, ontem, o Real Madrid, que excursiona pela Ásia antes do início da temporada 2005/2006 do Campeonato Espanhol. "Pedi para separar umas fitas das últimas derrotas da equipe e também a do Real Madrid. Quero saber qual é a diferença quando o time joga com pressão ou sem a obrigação de vitória", diz o técnico.

Vadão viaja sozinho para o Japão. "Minha mulher vai para lá daqui a um mês. O restante da família vai ficar já que minha filha é jornalista (trabalha em uma rádio de Campinas) e meu filho também formado, está casado e com um filho, e tem uma vida independente."

Aplicação

Sobre a Ponte Preta, o treinador admite que o time é limitado em relação a outras equipes do Brasileiro, mas conta com bom conjunto e jogadores aplicados. "O diferencial é que a Ponte vende caro qualquer resultado", explica Vadão.

E o técnico diz, também, ter encontrado a solução para que o atacante Kahê voltasse a brilhar e marcar gols depois de passagem com altos e baixos pelo Palmeiras. "O que faltava a ele era uma seqüência de jogos. Em times grandes as cobranças são maiores. O jogador chega e tem de dar certo rapidamente", avalia o treinador. "Na Ponte ele chegou acima do peso, três a quatro quilos a mais, e ficou por um bom tempo na reserva do Roger. Quando voltou ao time, estava fininho e, com a seqüência de jogos, começou a marcar. Hoje é um dos artilheiros do campeonato", conta Vadão.

Nenê Santana será interino na Ponte

Com 29 pontos e líder isolada do campeonato brasileiro há cinco rodadas, a Ponte Preta vai ser dirigida por um técnico interino, amanhã à noite, contra o Santos na Vila Belmiro. O escolhido é Nenê Santana, homem de confiança da diretoria, que continuará no cargo até a chegada de um substituto para Oswaldo Alvarez, o Vadão, que se transferiu para o Verdy Tokyo, do Japão.

O novo técnico ainda está indefinido. O preferido era Estevam Soares, ex-São Caetano, que aguarda propostas de outros clubes.

"Fui sondado, mas não houve nenhuma proposta real", despistou Soares. Outros dois nomes ainda aparecem como opções: Marco Aurélio Moreira, ex-Figueirense, e Vágner Benazzi, ex-Fortaleza. Mas a estratégia da diretoria poderia ser ganhar tempo para esperar uma possível volta de Nelsinho Baptista, que poderia deixar o Nagoya Grampus, do Japão.

Para evitar o natural relaxamento do elenco, o vice-presidente Marco Antônio Eberlin, reuniu os jogadores à tarde, antes do treino tático. Ex-zagueiro do clube nos anos 80, Nenê Santana, em princípio, não vê dificuldades para assumir a responsabilidade.

"Já vinha acompanhando todos os treinamentos e minha idéia é apenas manter o mesmo planejamento", afirma Santana, curiosamente, quem começou dirigir o time no campeonato paulista e caiu por causa dos maus resultados, sendo trocado por Vadão.

O lateral-direito Rissut, que cumpriu suspensão automática, retorna no lugar de Iran. No meio-de-campo, o volante Ângelo foi expulso, mas dois especialistas voltam após cumprir suspensão: Carlinhos e Éverton. Quem deixa o time é André Silva.

Voltar ao topo