Um Coritiba diferente entra em campo hoje à tarde

O Coritiba viveu a semana mais nervosa da "era Cuca". A derrota no clássico para o time reserva do Atlético gerou críticas aos jogadores, questionamentos à tática do treinador e muita pressão.

Essa pressão vai chegar ao seu limite quando começar a partida das 16h contra o Botafogo. Uma vitória representa a cessão (pelo menos momentânea) das críticas e a tentativa de, enfim, ?embalar? no campeonato brasileiro.

Apesar de ser apenas a 12.ª rodada da competição, para o Coritiba o confronto desta tarde é de "seis pontos’ o Botafogo tem dois pontos de frente, e portanto derrotar os cariocas seria terminar a semana com, pelo menos, um degrau acima na classificação. Cuca não acredita em facilidades na partida, apesar de o adversário vir de quatro resultados negativos. "Eles tiveram um início de campeonato espetacular, e só por isso têm grandes virtudes", comenta.

Por isso o técnico espera evolução tática em relação ao time que enfrentou o rubro-negro. "Acho que tivemos trabalhos muito bons durante a semana, aprendemos com as falhas do clássico e tenho certeza que vamos render bem mais contra o Botafogo."

Ele opta por uma escalação mais ofensiva, abdicando do sistema com três zagueiros o que obriga os laterais a terem maior atenção na marcação. "Quando é necessário, nós vamos ajudar lá atrás", comenta Rafinha. "É assim que se joga na Europa", completa Rubens Júnior, que entra no lugar de Ricardinho.

No meio-de-campo, Reginaldo Nascimento volta à sua posição de origem, com a responsabilidade de ser o único jogador exclusivamente de marcação, dando maior liberdade a Luís Carlos Capixaba, Marquinhos, Caio e Jackson. "São jogadores técnicos e que podem se revezar nas funções de meio e ataque", afirma Cuca, que optou pelo esquema com quatro armadores por causa da má fase de Tiago, pela lesão de Marcelo Peabiru e pela falta de ritmo de Negreiros.

É um sistema que tenta "cercar? o meio tanto dificultando o trabalho criativo do Fogão quanto municiando regularmente Alexandre, que será o único atacante. Caio e Marquinhos vão se revezar na aproximação ao camisa 11. "Eles não seriam atacantes, mas jogadores que chegam constantemente na frente", revela Cuca. A intenção é justamente não ter posições fixas, e sim uma constante movimentação para confundir a marcação adversária.

Mas toda a tática programada precisará de um componente especial a motivação. Os jogadores sentiram bastante o fracasso no Atletiba e as críticas, e apenas no final da semana começaram a reagir. "O bom ambiente já voltou. Nós estamos bem, e para provar vamos fazer de tudo para conseguir a vitória para o Coritiba", finaliza Jackson.

Jogando contra a pressão de quatro jogos sem vitória no campeonato

Rio (AE) – Vencer jogando bem é secundário no Botafogo. No momento, o maior interesse do time é superar o Coritiba, mesmo apresentando um futebol de quinta categoria. A explicação é clara: comissão técnica e jogadores querem acabar com um jejum que incomoda a todos: são quatro rodadas sem vitória.

O Botafogo ainda sonha em conquistar o título do campeonato brasileiro e, para tanto, tem de começar a reagir. Caso contrário, o time alvinegro se distanciará dos primeiros colocados e lutará, no máximo, por uma vaga na Copa Sul-Americana.

O clima não é de pessimismo em General Severiano. Jogador de cabeça baixa e olhar perdido não é admitido no grupo. Aliás, confiança é a palavra-chave para o clube dar a volta por cima no brasileiro. "O Botafogo já mostrou que tem qualidades", declarou o zagueiro Scheidt.

O técnico Péricles Chamusca tem apreço pela psicologia no esporte, que, para ele, é tão importante quanto à parte técnica e tática. Durante a mini-temporada em Itu, cidade do interior de São Paulo, o treinador fez questão de abordar assuntos dos mais variados com os jogadores: desde a vida pessoal até a profissional. É um jeito de conquistá-los e de mostrar a eles que, além do lado profissional, há técnico atento aos problemas extracampo, que, segundo Chamusca, interferem no desempenho do atleta.

O técnico do Botafogo espera que a equipe continue criando oportunidades de gols, a exemplo dos últimos jogos, mas que as aproveite. "Se isso ocorrer, o Botafogo tem boas chances de sair com os três pontos", declarou Chamusca, ciente de que o Coritiba, em casa, não é um adversário fácil de ser batido.

CAMPEONATO BRASILEIRO
CORITIBA X BOTAFOGO

Coritiba: Vizzotto; Rafinha, Miranda, Flávio e Rubens Júnior; Reginaldo Nascimento, Luís Carlos Capixaba, Jackson e Marquinhos; Caio e Alexandre. Técnico: Cuca

Botafogo: Max; Gustavo, Scheidt e Emerson; César Prates, Jonílson, Juca, Almir e Bill; Guilherme e Alex Alves. Técnico: Péricles Chamusca

Súmula
Local: Couto Pereira
Horário: 16h
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Assistentes: Ednílson Corona (FIFA-SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)

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