“Trio de Ouro” acerta o pé e linha coxa está mais forte

Gols. A torcida do Coritiba está ansiosa para vê-los a partir de domingo, contra o Paranavaí, às 15h30, no Couto Pereira, com a entrada do ?trio de ouro? formado por Tuta, Luís Mário e Aristizábal.

Pelo que se acompanha nos treinos, a expectativa procede – o coletivo de ontem, no CT da Graciosa, foi recheado de belas jogadas e ótimas conclusões. Apesar de empolgado com o rendimento dos atacantes, o técnico Antônio Lopes não esconde que o time pode evoluir, e reconhece que o Coxa terá problemas.

Lopes comandou inicialmente um treino tático, e interrompeu várias vezes o trabalho. “Acho que eu parei umas mil e quinhentas vezes”, brinca o treinador. A intenção inicial era acertar a marcação dos meio-campistas e atacantes, principalmente dos últimos. “Esse é um ponto que a gente ainda vai demorar para acertar”, reconhece Tuta. “Eles ainda estão aprendendo a fazer isto. Por enquanto, a gente vai apresentar falhas, que vão diminuir com o tempo”, completa o técnico.

Realmente, Tuta, Ari e Luís mostraram ainda dificuldade em acompanhar os defensores adversários e, com isso, recompor o meio-campo alviverde. Mesmo assim, houve algumas recuperações de bola, principalmente com Luís Mário, que já fazia esse trabalho de marcação no ?antigo? sistema de jogo. “Nesta primeira partida, nós vamos ter dificuldades. Só que eu acredito na qualidade e na compreensão dos jogadores”, resume Lopes.

Mas o que mais empolgou quem acompanhou o trabalho de ontem foi o Coxa com a bola nos pés. Com os laterais subindo alternadamente ao ataque e Luís Carlos Capixaba com menos incumbências ofensivas (“o Lopes disse que eu não preciso aparecer toda hora lá dentro”, explica o meia), coube à trinca mostrar a que veio. Tabelas rápidas, lançamentos em profundidade e lances de alta técnica animaram os alviverdes. “É bonito ver esses caras jogando”, comenta o goleiro Fernando.

Para Lopes, tudo certo. “Eu sabia que eles iam se entender rapidamente, porque são experientes e qualificados. Apesar de terem jogado pouco, já sabem onde devem estar, e isso faz com que o time erre poucos passes”, explica. “A gente joga bem e se entende porque não tem vaidade entre nós”, finaliza Tuta.

E o capitão aposta na nova fórmula

Ele é a ‘consciência’ do elenco do Coritiba. Se ano passado Reginaldo Nascimento tornou-se capitão por causa das lesões de Edinho Baiano, hoje nada pode tirar dele a braçadeira. Agora zagueiro, e considerado um dos melhores do país pelo técnico Antônio Lopes, ele é a referência para os jovens e o responsável pela ambientação dos mais experientes e recém-contratados. Nesta conversa com o Paraná-Online, Nascimento fala sobre a nova formação do Coxa e a evolução do clube nos últimos anos.

Paraná-Online

– Desde 2000, o Coritiba tem treinadores que pensam o jogo a partir da defesa. Agora, o Antônio Lopes programa a equipe com Tuta, Luís Mário e Aristizábal. Como fica para vocês?

Reginaldo Nascimento

– Eu penso que é muito bom, sou do princípio que temos que ter sempre um time ofensivo. Até porque você colocar mais zagueiros ou mais volantes significa que você tem medo de vencer, porque está se retraindo. É muito bom poder colocar esses três atacantes, pois eles têm qualidade e um poder de definição muito grande, mas alguém vai ter que se sacrificar, no caso os volantes e os zagueiros. Se a gente treinar, vai dar tudo certo.

Paraná-Online

– É aquela tese da “melhor defesa é o ataque”?

Nascimento

– É verdade. Sinto que essa é a preocupação do Lopes, segurar os adversários lá atrás por causa dos nossos atacantes. E isso tira o poder ofensivo de qualquer equipe. Partindo desta tese, é fundamental.

Paraná-Online

– O que é que você imagina do Coritiba nesta temporada?

Nascimento

– Eu acredito sempre no trabalho. Nesses três meses o time evoluiu muito, e isso é visível. Eu atento para essas situações, precisamos ainda melhorar, ter um equilíbrio nas partidas, mas, se a gente conseguir acabar com essas deficiências, com certeza é time para chegar.

Paraná-Online

– O clube está mais maduro?

Nascimento

– Perfeitamente. Os jogadores estão mais conscientes, e a diretoria também. Em anos passados, o time perdia duas partidas e já se corria atrás de um culpado, que sempre era o treinador. Aí faziam uma ‘limpeza’. Agora há mais tranqüilidade, há tempo para o técnico trabalhar. Este ano houve alguns deslizes, mas já estamos entendendo a filosofia do professor Lopes e estamos evoluindo.

Paranavaí tem torcida organizada na capital

O Atlético Clube Paranavaí – o Vermelhinho do fim da linha – retorna domingo ao palco onde há pouco menos de um ano (23 de março de 2003) alcançou uma de suas principais conquistas: o vice -campeonato paranaense, ao ser derrotado pelo Coritiba por 2 a 0.

No mesmo lugar, contra o mesmo adversário, o domingo será de nostalgia. Mas também de esperança num final diferente. Afinal, o time de Paranavaí tenta uma vitória para continuar sonhando com uma segunda final consecutiva, o que pode ser considerado um grande feito, tamanha a diferença entre os recursos financeiros investidos pelo Vermelhinho em relação às equipes da capital.

No meio desta paixão, surge um personagem especial. O advogado Osni Marcos Leite, que chegou a Curitiba em 1977 para transformar o sonho em realidade, é um entusiasta do ACP. Mesmo na capital há quase três décadas, ele não perdeu o vínculo com a cidade do interior. Uma de suas paixões é o Vermelhinho do fim da linha onde, quando criança e adolescente, perfilou suas fileiras, defendendo o Paranavaí.

A ligação com a cidade do interior não pára por aí. Além de visitá-la com frequência, Osni Leite ainda arranja tempo em sua apertada agenda para fazer contato com vários ex-moradores da cidade do Noroeste paranaense. E, através da Associação dos ex-Moradores de Paranavaí Residentes em Curitiba, ele conta com uma lista de aproximadamente oito mil pessoas.

Com a tal lista na mão, Osni está fazendo uma “operação de guerra”, ligando para todos aqueles que, assim como ele, torcem fervorosamente pelo ACP, para que vão ao Couto Pereira domingo, e assim funcionem como o “camisa 12” do time.

“O Atlético Paranavaí sempre foi uma paixão em minha vida. Tenho uma coleção de camisas do clube pelo qual defendi as categorias de base”, revela o advogado, lembrando que espera contar com pelo menos 400 torcedores no reservado para o Vermelhinho no Alto da Glória.

Para o apaixonado Osni, o segredo do Paranavaí sempre esteve nas arquibancadas. “Em jogos de apelo regional, como por exemplo contra o Grêmio Maringá, sempre tivemos públicos superiores a três mil pagantes. Nos confrontos contra os times da capital então, é garantia de casa cheia”, pondera Leite, lembrando a primeira da final do ano passado, quando quase vinte mil pessoas lotaram as dependências do Waldomiro Wagner.

Por isso Osni apela para que a torcida não deixe morrer esta mística e vá em grande número ao Couto Pereira.

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