No banco dos réus

Tricolor quer passar a torcedor pena por ato de racismo

O Paraná Clube será julgado hoje no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, pelo crime de injúria racial contra o volante Marino, do São Bernardo. O atleta foi chamado de “macaco” por dois torcedores do Tricolor, em partida realizada no dia 10 de abril, na Vila Capanema, quando o Tricolor eliminou o São Bernardo da Copa do Brasil, vencendo por 3×1. O Paraná foi denunciado pelo procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, e está incluso no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

A punição prevê pagamento de multa de até R$ 100 mil. A possibilidade de ser apenado com perda de pontos ou até exclusão da competição é totalmente descartada. O clube será defendido pelo advogado Itamar Cortes. A estratégia de defesa se baseia em identificar o suspeito e que a pena seja transferida ao torcedor que praticou o ato de racismo. “A ideia é mostrar aos auditores que o clube não tem culpa e procuramos através de vídeos e câmeras, a identificação do torcedor.

O Paraná promoveu campanhas contra o racismo e o fato não representa a torcida. Foi um fato isolado de um rapaz que não é sócio do Paraná ”, disse o advogado.

“Foi identificado que foi uma pessoa que nunca foi à Vila Capanema. Na própria chegada, ele vai a um acesso que não é o dele, daí orientam o acesso correto, que seria do lado da social. Então, mostra que ele não conhecia o estádio. Esse é o primeiro ponto. Identificou-se também que é um ingresso dentro do patrocínio da Traffic, que é um acordo com a CBF. Então, passa agora para a delegacia competente. A identificação deve ser feita por essa empresa, que deve ter um controle. O Paraná Clube colaborou e identificou. De agora em diante, é com a Traffic”, falou Celso Bittencourt, diretor do Tricolor em entrevista exclusiva ao Globo Esporte.