Tricolor, com dois jogadores a menos, arranca empate no Amapá

O Trem partiu para atropelar, mas esbarrou na raça do Paraná. O Tricolor, que foi ao Amapá em busca de uma vitória e da classificação na Copa do Brasil, voltou comemorando um empate. Com dois homens a menos desde o início do segundo tempo, o time da Vila foi heróico, segurou o 0 a 0 e manteve o favoritismo na briga por um lugar na próxima fase.

O Trem começou o jogo em alta velocidade e o Tricolor tratou de colocar ainda mais combustível na caldeira. Logo aos 4?, Luís Henrique acertou um carrinho por trás em Everton. O árbitro Celso Resende não perdoou e mostrou cartão vermelho para o zagueiro paranista.

Com um homem a menos, o Paraná sofreu com a pressão do time amapaense. Aos 7?, Lamartine tocou de cabeça para Everton, que acertou a trave. Para barrar o avanço da Locomotiva, o Tricolor era obrigado a apelar para as faltas, acumulando cartões amarelos. Nas cobranças, mais perigo contra a meta defendida pelo goleiro Fabiano Heves.

Mas o ímpeto do Trem não durou muito. Na raça, o time da Vila conseguiu encaixar a marcação e equilibrou o jogo.
O prêmio quase veio já no final do primeiro tempo. Numa cobrança de falta, Joelson mandou uma bomba, que saiu rasteira e obrigou o goleiro Anderson a fazer grande defesa.

Mesmo com apenas um zagueiro em campo, o técnico Paulo Bonamigo não mexeu no time no intervalo. Mas não demorou muito para a situação ficar ainda mais delicada para o Paraná. Aos 10?, o volante Jumar, que já tinha cartão amarelo, fez mais uma falta dura e foi expulso.

Com nove jogadores em campo, o Tricolor passou só a se defender. Bonamigo tentou mudar o panorama, com as entradas de Beto e Massaro, nos lugares de Joelson e Jefferson. Mas com dois homens a mais, o Trem era quem mandava no jogo.

Heróico, o Paraná conseguia se segurar e ainda encontrava espaço para os contragolpes.
O time da Vila só não conseguiu levar mais perigo porque Massaro não correspondia à confiança do treinador e perdia todas as bolas no ataque.

Apesar de dominar as ações, o Trem não tinha qualidade para superar a marcação paranista. Na base da superação, Goiano e Léo barravam todos os avanços do adversário. E quando a zaga não deu conta, apareceu Fabiano Heves. Aos 35?, a bola foi cruzada para Macula, que cabeceou à queima-roupa, mas esbarrou em uma incrível defesa do goleiro tricolor.

No final, o placar foi um prêmio para a raça tricolor. Agora, o time precisa de uma vitória simples na partida de volta para garantir a classificação. O Trem se garante com um empate, desde que marque pelo menos um gol. Um novo 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis. A partida está marcada para o próximo dia 27, às 20h30, na Vila Capanema.

Se passar pelo representante do Amapá, o Tricolor enfrenta o Vitória-BA, que ontem venceu o Souza-PB por 4 a 1, na casa do adversário, e dispensou o jogo de volta.

Bona revoltado com arbitragem

Paulo Bonamigo deixou o Estádio Glicério Marques revoltado. O técnico ficou inconformado com a expulsão do zagueiro Luís Henrique, logo a quatro minutos de jogo, com os oito cartões amarelos mostrados para o Paraná e chegou a insinuar uma conspiração nortista contra o Tricolor.

?O que aconteceu aqui foi uma barbaridade. Nós do Paraná estamos muito chateados. Eu já trabalhei no Norte e sei o que acontece por aqui. É uma falta de respeito com a entidade e com a camisa do Paraná Clube?, detonou o treinador.

Para os paranistas, o árbitro Celso Mota Resende, que é amazonense, foi muito rigoroso ao mostrar o cartão vermelho direto para Luís Henrique. ?Não foi lance para expulsão. Tem que avaliar a intenção do jogador. Foi um carrinho de lado, visando a bola?, reclamou Bonamigo, que foi desmentido pelos jornalistas presentes em Macapá.

Mesmo colocando a culpa pelo empate em 0 a 0 no juiz, Bona elogiou o adversário. ?O Trem fez uma bela partida e jogou melhor. Defensivamente, minha equipe também fez uma boa apresentação. Ficamos muito acuados após as expulsões. Agora a decisão é na Vila Capanema, diante da nossa torcida, e a história é diferente?, concluiu.

Renovação – O Paraná renovou o contrato de uma de suas apostas para a temporada 2008. O meia Rodrigo Pimpão, 21 anos, teve seu vínculo com o Tricolor prorrogado até o final de 2011. Pimpão foi um dos destaques do Paraná no Campeonato Brasileiro Sub-20, disputado em dezembro, e desde então integra o elenco profissional do time da Vila.

Clênio é o novo reforço na Vila

O atacante Clênio, do Paranavaí, é uma das apostas do Paraná para a disputa da Série B do Brasileiro. A contratação do artilheiro, que já marcou oito gols no Paranaense 2008, foi confirmada ontem pelo vice-presidente Durval de Lara Ribeiro, o Vavá.

Segundo Vavá, Clênio se apresentará ao Tricolor após o Paranavaí encerrar sua participação no Estadual. ?Já tivemos uma conversa com ele. É um jogador guerreiro, brigador, o que é muito importante na Série B. Está tudo certo e ele irá nos reforçar para a disputa do Brasileiro e da Copa do Brasil?, afirmou o dirigente paranista.

Apesar dos gols de Clênio, o Paranavaí faz uma campanha decepcionante no Paranaense. O atual campeão tem apenas dez pontos e ocupa a 13.ª posição. Se o Vermelhinho ficar fora da segunda fase, Clênio pode vestir a camisa tricolor já em março.

O time da Vila continua atrás de mais reforços. ?O Paraná vai trazer de seis a sete peças e montar um grupo forte, para voltar à primeira divisão. Financeiramente, já acertamos com vários deles, mas os clubes não estão liberando?, revelou Vavá.

TREM 0 x 0 PARANÁ

Trem ­

Anderson; Sandro Macapá (Caquito ­ 30? 2.º), Macula, Marabá e Marituba; Zé Carlos, Cleberton (Ismael ­ 18? 2.º), Alexandre Gaúcho e Lamartine (Diego Ratinho ­ 14? 2.º); Everton e Max Jari. Técnico: Carlos Fabian.

Paraná

­ Fabiano Heves; André Luís (Araújo ­ 34? 2.º), João Paulo, Luís Henrique e Wellington; Goiano, Léo, Jumar e Joelson (Beto ­ 13? 2.º); Giuliano e Jefferson (Massaro ­ 13? 2.º). Técnico: Paulo Bonamigo.

Árbitro: Celso Mota Resende (AM)

Assistentes: Fernando de Brito Miranda (PA) e Márcio Gleidson Corrêa (PA)

Cartões amarelos: Everton, Zé Carlos (T), Fabiano Heves, Wellington, Goiano, Léo, Jumar, Giuliano, Joelson, Massaro (P)

Cartões vermelhos: Luís Henrique (P), aos 4? do 1.º tempo; Jumar (P), aos 10? do 2.º tempo

Local: Glicério Marques, em Macapá (AP)

Público e renda: não divulgados

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