Totti renasce e dá classificação à Itália em jogo dramático

Kaiserslautern – Dia 26 de junho poderia ter ficado como o dia que chegou ao fim a carreira de Totti na seleção italiana. A estrela que ainda não tinha brilhado ficou no banco e só entrou aos 29 minutos do 2.º tempo de um jogo complicado contra a Austrália, que tinha um homem a mais desde os 5 minutos da 2.ª etapa e rondava a área buscando o gol da classificação. Mas a segunda-feira era dia de Totti renascer. E aos 48 minutos ele cobrou com personalidade o pênalti que garantiu o 1 a 0 e a vaga para as quartas-de-final da Copa.

O pênalti marcado pelo árbitro Luis Medina Cantalejo foi duvidoso. Na Copa de 2002, a arbitragem no jogo das oitavas-de-final contra a Coréia do Sul, pesou a favor do time da casa. Resultado: 2 a 1 para os coreanos na prorrogação.

A Itália voltou protestando pela eliminação em lances polêmicos, e principalmente no cartão vermelho de Totti, aos 13 minutos que havia caído na área, e foi expulso pelo árbitro equatoriano Byron Moreno.

?Fui massacrado antes desse jogo, chegaram a escrever que era um meio-jogador. Agora, talvez se convençam de que sou um jogador inteiro?, desabafou o herói italiano.

A ausência de Totti entre os titulares foi uma surpresa, mesmo para a imprensa italiana que defendia a idéia de que ele não tinha condição de iniciar jogando por ainda não estar 100% fisicamente.

A Itália foi melhor no 1.º tempo, mesmo sem ser brilhante. Lippi deu a Guus Hiddink o mesmo veneno proposto pelo técnico da Austrália: uma torre no meio da área fazendo o trabalho de pivô. Toni era a versão italiana de Viduka. Foram 4 chances para os italianos e apenas 1 para a Austrália, num chute de Chipperfield. Mas os italianos estavam péssimos nas finalizações e por isso o 1.º tempo terminou sem gols.

Se com uma torre não dava, Lippi colocou uma segunda: Iaquinta entrou no intervalo em lugar de Gilardino. Mas, aos 5 minutos, Materazzi foi expulso, numa decisão exagerada do árbitro Cantalejo, e o jogo mudou. A Austrália passou a acreditar na classificação e foi despejando bolas na área italiana.

A ?Azzurra? só se defendia, sem força para organizar um contra-ataque. Até que, aos 47?, Grosso entrou na área e cavou um pênalti. Pênalti é um trauma para os italianos, que perderam assim a Copa de 94 e foram eliminados pela França nas quartas-de-final de 98.

Totti é um bom batedor, mas vira e mexe gosta de cobrar dando um suave balãozinho no meio do gol. E o camisa 10 afirmou que ia bater assim, mas mudou de idéia na última hora e mandou forte no ângulo direito. Era seu 1.º gol numa Copa do Mundo, o gol de sua redenção. E que foi dedicado ao filhinho Cristian, homenageado na comemoração com o dedo na boca imitando uma chupeta.

Voltar ao topo