Sem inspiração, Brasil não passa pela Colômbia

A “profecia” do técnico Carlos Aberto Parreira se confirmou e a torcida alagoana não poupou a seleção brasileira após o empate sem graça e sem gols de ontem à noite, no estádio Rei Pelé, em Maceió. Antes do confronto, no qual o Brasil foi pintado de favorito, Parreira avisou que um tropeço acabaria com a “lua-de-mel” com a torcida. Entretanto, provavelmente, nem ele acreditava numa jornada tão fraca dos brasileiros. Na teoria, o Brasil até teria a vitória, uma vez que o árbitro Jorge Larrionda anulou um gol legítimo de Adriano. Mas isso não apagaria a má jornada verde-amarela.

Empolgados com a liderança nas Eliminatórias, reforçada com o empate da Argentina, os torcedores davam como certa uma goleada. Afinal, o jogo era contra os últimos colocados. Comedidos, os jogadores ressaltavam que jogar contra um time que está em má situação pode ser complicado. E foi justamente o que aconteceu.

Apesar de não ter grandes estrelas, o time colombiano entrou em campo com a proposta de marcar com seriedade e tentar manter a posse de bola, atacando só em último caso – apenas Angel estava no ataque.

Com essa proposta, o Brasil foi envolvido. É bem verdade que nos primeiros minutos a seleção deu a impressão de que não sucumbiria à marcação. Mas foi ilusão.

Surpreendentemente, a Colômbia acertou o passe e dominou o meio-de-campo. Quando tentava sair do jogo do adversário, o Brasil pecava pelo excesso de preciosismo. Ronaldinho Gaúcho, em alta na Europa, irritava cada vez que insistia em querer driblar todos os adversários para chegar ao gol. Alex, a esperança de criatividade no meio, teve apenas um lance de lucidez, quando quase marcou um golaço chutando de fora da área. Mas os brasileiros insistiam na penetração na área, sem sucesso.

Descontente com a proddução do time, Parreira decidiu mexer no segundo tempo. Sacou Alex para a entrada de Adriano – essa era a outra opção para substituir o suspenso Kaká e tirou Magrão, dando lugar a Elano.

A mudança surtiu um leve efeito – ao menos projetou o Brasil para o campo de ataque, onde permaneceu nos últimos trinta minutos de jogo. A exceção foi o contra-ataque colombiano aos 24 minutos, que originou o gol ilegal de Yepes, que estava impedido. Um minuto depois, a “garfada” no Brasil: Adriano chutou uma bola no travessão e ela bateu no chão, entrando 58 cm. A arbitragem, no entanto, parece não ter visto. O lance empolgou o Brasil, que continuou pressionando. Entretanto, com excesso de individualismo e uma noite pouco inspirada, o placar acabou zerado.

Voltar ao topo