Seleção chega quase sem gás

Maceió – Uma seleção desidratada. Foi assim que a equipe brasileira voltou de Maracaibo, na madrugada de ontem, logo após a vitória sobre a Venezuela por 5 a 2, pelas Eliminatórias do Mundial de 2006. A alta umidade do ar, o forte calor e a falta de reposição de sais minerais durante a partida provocaram mal-estar em todo o time do Brasil. “Deu um desespero. Suava sem parar e a cabeça rodava”, contou Roberto Carlos. Para enfrentar em boas condições a Colômbia, quarta-feira, o grupo teve folga ontem, na capital de Alagoas, e não se submeterá a nenhuma atividade física até o dia da partida.

“Os atletas se debilitaram muito além do que imaginávamos. A única preocupação agora é trabalhar a recuperação deles, com repouso e a ingestão de carboidratos”, disse, em nome da comissão técnica, o preparador físico Moraci Sant?Anna. “As circunstâncias acabaram desidratando bastante os jogadores.”

Ele contou que no primeiro tempo do confronto com a Venezuela não foi possível levar líquido aos atletas, por causa da distância entre o banco de reservas da seleção e o campo do Estádio Jose Encarnación. “Nossa programação previa que eles bebessem um repositor de sais minerais de 20 em 20 minutos. Isso não ocorreu por falta de oportunidade.” O lateral Cafu foi outro que não se sentiu bem no jogo com a Venezuela e, ontem à tarde, ainda estava sob o efeito do desconforto. “Tentei dormir de dia, não consegui.”

Curiosamente, o que pode ter agravado a situação física da equipe, com o desgaste em função da perda demasiada de líquidos, foi o esforço de todos até o final da partida.

Alguns que não conseguiram ficar ontem nos quartos descansando preferiram uma rápida passagem pela Praia do Francês, uma das mais bonitas do litoral alagoano. O próprio Roberto e os atacantes Adriano e Ronaldinho Gaúcho realizaram o passeio, mas ficaram lá por pouco tempo, contrariados com o assédio excessivo dos banhistas. Cafu, Zé Roberto, Juan e Renato passaram alguns minutos na piscina do Hotel Ritz, que hospeda a delegação em Maceió.

Sumiço

Logo que chegou à capital de Alagoas, Ronaldo, o Fenômeno, deixou as bagagens no quarto e saiu pelos fundos do hotel, de boné. De acordo com amigos, o craque do Real Madrid foi ao encontro da noiva, a modelo Daniella Ciccarelli. Eles têm um pacto de não ficar cinco dias sem contato. Como ela não foi a Maracaibo, ficaram de se ver em Maceió. Até o início da noite, Ronaldo não regressara.

Time

O técnico Carlos Alberto Parreira vai ter de trabalhar com pelo menos um desfalque para o jogo com a Colômbia. Kaká levou o segundo cartão amarelo contra a Venezuela e está suspenso. Adriano deve ser seu substituto, embora Alex também esteja cotado para a vaga.

Existe a possibilidade de outra modificação. O meia Juninho Pernambucano, com torção no tornozelo direito, dificilmente deverá ser liberado pelo médico Jose Luiz Runco.

“Vamos aguardar amanhã (hoje) para uma avaliação mais precisa. É um problema sim e preocupa, até porque ele já havia se machucado no mesmo local recentemente”, disse Runco. Parreira antecipou que não convocará ninguém, na eventualidade do veto a Juninho. O técnico tem duas opções para ocupar o lugar do meia do Lyon: Edu, do Arsenal, e Magrão, do Palmeiras. A tendência é que escolha o primeiro.

Suspenso, Kaká é liberado e fica na torcida

Maceió –

O jogador Kaká foi dispensado da seleção brasileira, após a goleada por 5 a 2 sobre a Venezuela. Autor de dois gols na partida, ele recebeu cartão amarelo – o segundo nas Eliminatórias da Copa de 2006 – ao cometer uma falta ríspida logo no início do jogo em Maracaibo.

Pelo regulamento da competição, tem de cumprir um jogo de suspensão. Ele deve passar um ou dois dias em São Paulo, antes de embarcar de volta para Milão. Na manhã de ontem, em Maceió, ainda no avião que trouxe a delegação brasileira de Maracaibo, Kaká falava com alegria dos gols marcados contra a Venezuela e, ao mesmo tempo, lamentava a punição.

“Fazer dois gols num jogo do Brasil é maravilhoso. Foi um retorno ótimo”, disse Kaká, em referência às três partidas recentes (contra Haiti, Bolívia e Alemanha) em que não defendeu a seleção.

Sempre atencioso com a imprensa, o meia do Milan deixou escapar que a origem do cartão se deve, em parte, à maneira como vem atuando no clube italiano. “Tenho voltado para marcar, dar combate no meio, e, às vezes, na ânsia de retomar a bola, cometo faltas”, explicou. Ele ressaltou que vem aprendendo na Itália a evitar os contra-ataques do adversário. “O lance era perigoso e eu parei a jogada de propósito.”

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