Secretário defende contrato sem licitação para o Pan

Rio – O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, defendeu a dispensa de licitação no contrato que resultou na aquisição de R$ 161,3 milhões em equipamentos para proteção de público e participantes dos Jogos Pan-Americanos do Rio.

Corrêa ressaltou que o sigilo foi necessário porque vários itens precisavam ser resguardados e não poupou críticas às empresas descontentes com a forma como a seleção ocorreu.

?O problema é que as empresas têm produtos de prateleira e querem nos empurrar. O Estado brasileiro está mudando e as pessoas precisam entender isso?, afirmou Corrêa. ?O processo foi perfeito e o TCU (Tribunal de Contas da União) tem uma cópia. Mas é aquilo, o perdedor está sempre chorando?.

Corrêa argumentou que a dispensa da licitação foi necessária para que os dados sobre o esquema de segurança dos jogos fossem preservados. Lembrou que só revelar o nome do software ou de algum pacote tecnológico comprado deixaria o sistema passível de ser atacado por hackers.

?E, até para escolhermos a nossa fornecedora, fizemos uma busca em seis empresas que atendiam às necessidades técnicas?, afirmou o secretário nacional de Segurança Pública. ?Licitar é a nossa regra. Só não licitamos aquilo que é sensível?.

A polêmica sobre a dispensa de licitação, para um contrato de R$ 161,3 milhões começou no dia 12, quando o Diário Oficial da União publicou a decisão da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Corrêa assegurou que após o final do Pan prestará os esclarecimentos necessários sobre a aquisição dos equipamentos quando, então, poderá dar mais detalhes a respeito de todas as peças compradas. Mas, dentre os equipamentos adquiridos estão câmeras, detectores de metais, sensores de temperatura e fumaça, além de vários programas de computador -principal item a ser protegido, segundo o secretário.

Sobre a possibilidade de ter feito um mau negócio, já que outras participantes rechaçadas da concorrência alegaram ter a capacidade de oferecer um contrato até 40% mais barato, Corrêa ironizou: ?Porque não disseram isso há um ano, quando pedimos. Falar agora, que sabem de tudo, é fácil?.

No total, a União investirá R$ 365 milhões no programa de segurança dos Jogos Pan-Americanos, entre os dias 13 e 29 de julho. A esse valor ainda serão somados R$ 80 milhões do governo do Estado.

Ginastas têm que treinar com material emprestado

São Paulo – O empréstimo de equipamentos tem sido o recurso utilizado por parte dos ginastas da seleção brasileira masculina para os treinamentos nos Jogos Pan-Americanos do Rio e as etapas da Copa do Mundo de Paris (França) e Cottbus (Alemanha). Os atletas, que ficaram sem a infra-estrutura da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), em Curitiba, desde a dissolução da seleção masculina permanente, por falta de técnico, estão se preparando em seus clubes e nem todos têm a aparelhagem adequada.

Os problemas da equipe masculina de ginástica se agravaram no fim do ano passado, desde que o técnico ucraniano Vyacheslav Azimov e seus assistentes deixaram a CBG. Nos últimos meses de 2006, a equipe contava com apenas um técnico, o argentino Raimundo Blanco, vindo ?por empréstimo? do Pinheiros. Quando acompanhava atletas em viagens, o restante do grupo dependia de um treinador emprestado de um clube para não ficar sem trabalhar.

A CBG esperava resolver o problema trazendo o cubano Felix Aguillera, mas o Instituto de Esportes de Cuba só deve liberá-lo após o Pan. Sem uma solução – o ideal é ter um técnico coordenador, mais um ou dois assistentes -, os dirigentes mandaram os atletas de volta para seus clubes.

Mas a maioria dos clubes têm dificuldades para oferecer condições ideais de treino. O Pinheiros, de São Paulo, não precisou pedir equipamento emprestado. Mas o Brasil Futebol Clube, de Santos, onde treinam Danilo Costa e Vitor Camargo, está emprestando um cavalo com alças e uma mesa de salto. A Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), de São Paulo, quer um trampolim de salto e uma barra fixa. O gaúcho Grêmio Náutico União, de Mosiah Rodrigues, precisa de um tablado para o solo. Os atletas do Flamengo, como Diego Hypólito, não foram afetados porque têm técnico e equipamentos.

A diretora-técnica da CBG, Eliane Martins, disse que o empréstimo dos aparelhos será acertado no dia 5, quando atletas e técnicos se reúnem em Curitiba para a avaliação que definirá os convocados para competir em Cottbus e Paris. Espera que com a vinda de Aguillera, no segundo semestre, a seleção permanente seja restabelecida em Curitiba. ?E pretendemos contratar técnicos brasileiros para acompanhá-los?.

?Eu não esperava. Quando nos apresentamos no dia 8 de janeiro é que nos avisaram?, lembrou Blanco, que depois da dissolução da seleção voltou ao Pinheiros.

Carol sente frio na barriga quando pensa nos jogos

São Paulo – Carol Albuquerque é uma das jogadoras mais experientes da Seleção Brasileira de Vôlei. A levantadora, de 29 anos está se preparando para disputar seu segundo Pan. Em Winnipeg, em 1999, ela conquistou a medalha de ouro. ?O frio na barriga existe em todo atleta. Se não tiver, não é um bom sinal. Quero sair campeã como fui em 1999. O Pan é a segunda competição em importância para nós – vem depois da Copa do Mundo, que classifica para a Olimpíada de Pequim?, diz Carol.

A levantadora classifica a vitória, em Winnipeg, como uma das melhores conquistas na carreira. ?A nossa virada contra Cuba na final foi inesquecível. Éramos um grupo jovem mesclado com poucas veteranas, comandado pelo Bernardinho. Cuba era a grande favorita, ainda tinha estrelas como a Mireya Luiz. Foi incrível. Espero que no Rio seja assim também?, lembra.

Dos acontecimentos fora da quadra, ela lembra da Vila pan-americana como local dos momentos de descontração. ?A Vila era um lugar muito legal porque sempre tinha gente chegando para descansar ou saindo para jogar. Tinha atleta que ia só para curtir porque não tinha nenhuma chance de medalha mesmo. Eu evitava fazer muita bagunça para não perder o foco e desconcentrar, mas lembro que na entrada dos dormitórios sempre tinha alguém jogando cartas. Foi bem divertido?, conta.

No Rio, durante as folgas, a jogadora gostaria de ver as competições de tênis e basquete, ?caso os atletas ?top? estejam por lá?.

Carol sabe que o favoritismo recai sobre a seleção brasileira, e não mais a cubana, como há oito anos. ?Todas sabemos que isso é muito perigoso. Cuba e Estados Unidos são sempre adversários fortíssimos. Mas o Zé (Roberto, técnico da seleção), está bastante consciente das dificuldades que teremos pela frente?, analisa.

A levantadora também acredita que a situação da seleção masculina, de Bernardinho, é parecida com a das moças. ?Eles são ainda mais favoritos do que nós, até porque no último Pan, em Santo Domingo, eles não ganharam o ouro?, aposta.

Hóquei na grama sofre com crise

São Paulo – O hóquei sobre a grama poderá ser o único esporte no qual o Brasil não terá representantes nos Jogos Pan-Americanos do Rio. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que recebeu a carta enviada pelos pais de uma ex-jogadora da equipe feminina, com denúncias de que o técnico e integrante da seleção masculina, Cláudio Rocha, estaria praticando uma série de irregularidades.

A entidade solicitou explicações ao presidente da Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama (CBHG), Sydnei Rocha, pai de Cláudio, sobre as acusações de que seu filho seria usuário de drogas e estaria fazendo vista grossa ao consumo por parte de uma das atletas da equipe, que seria sua namorada.

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