Scheidt é hexacampeão mundial na classe Laser

O hexacampeonato da classe Laser conquistado nesta quarta-feira por Robert Scheidt, o fez lembrar da primeira vez que participou do torneio. Há 12 anos, ele viu o australiano Glenn Burke conquistar o tricampeonato e pensou: ?É um Deus, ninguém mais vai conseguir?. Robert Scheidt tinha 17 anos, foi o 50º no Mundial, e não poderia imaginar que repetiria o feito em dobro. Aos 29 anos, ele é o único brasileiro a conseguir seis títulos mundiais em um esporte olímpico. ?Quando ganhei o penta, que era inédito, achei que seria difícil obter o hexa, uma afirmação tão absoluta dentro da classe.?

        À noite, na cerimônia de premiação, o iatista recebeu o segundo troféu de posse definitiva, entregue pela Federação Internacional de Vela ao velejador que ganhar três títulos mundiais. Scheidt chega em São Paulo, onde vive, na sexta-feira, trazendo o seu segundo troféu. Os Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, e os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, passam a ser os objetivos de Scheidt que agora vai tirar férias da Laser, velejando de catamarã entre Fortaleza e Fernando de Noronha.

        Scheidt nem precisou disputar a última regata do torneio. Foi segundo colocado na penúltima e, com o resultado, garantiu o título e não voltou à raia do Hyannis Yacht Club para a última regata. Nas 11 regatas que disputou venceu quatro, obteve três segundos lugares, um quarto, um quinto, um sexto e um 15º lugar, este logo na primeira regata, que foi descartado. ?Eu vinha de um campeonato ruim na Semana Pré-Olímpica de Atenas (foi 12º) e, de cara, fiz um 15º. Mas já a partir das vitórias do segundo dia fui ficando confiante e no penúltimo dia da fase eliminatória, eu já sentia gosto da vitória.?

        Mas como título só se ganha quando o torneio acaba, Scheidt ainda dormiu mal na véspera, sentiu ?aquele frio na barriga? quando chegou na marina, nesta quarta-feira pela manhã  e só sentiu o título nas mãos quando decidiu ?pegar o vento à direita na hora de montar a bóia?, marcando o sueco Karl Suneson, a maior ameaça. ?A escolha foi correta, eu fiquei à frente e sabia que aí era só administrar.?

        Foi rebocado pelo técnico Cláudio Biekarck e quando chegou à marina foi recebido por brasileiros que moram próximos a Boston. ?Tive o privilégio de comemorar enquanto os outros ainda tentavam encontrar vento para largar para a última regata?, observou, definindo o campeonato como de superação e, principalmente, de consagração.

Voltar ao topo